O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a preparar um grande evento, de âmbito internacional, para debater as problemáticas das regiões de montanha, que decorrerá nesta instituição de ensino superior entre 3 a 7 de outubro de 2016.
Trata-se do Mountains 2016, um congresso que envolve vários parceiros de regiões, como a Escócia, ou países como o Brasil e Espanha, bem como diversas entidades, como a Embrapa e a Euromotana. “O nosso objetivo é fazer um congresso mundial aqui em Portugal para, de alguma forma, chamar um pouco a atenção para a questão das regiões de montanha e o do seu desenvolvimento sustentável”, adiantou Jaime Pires, docente no IPB e coordenador do Centro de Investigação de Montanha, à margem da apresentação pública da iniciativa na passada quarta-feira.
O concelho de Bragança está inserido numa região de montanha, cerca de 38% do território enquadra-se nesta categoria, daí que seja oportuna a discussão deste tema. As regiões de montanha enfrentam grandes desafios, principalmente por se tratarem de zonas de baixa densidade populacional.
“Há desafios no âmbito da sustentabilidade, conservação de recursos, como solo, água, biodiversidade, prática de uma agricultura sustentável e promoção da criação de produtos típicos”, acrescentou Jaime Pires, que considera importante “ouvir o que se está a fazer nos outros países e que isso sirva para desencadear processos e decisões que favoreçam o desenvolvimento”. O congresso está aberto à participação do público, mas o “objetivo final é chegar aos decisores políticos”, referiu o docente, que admite serem fundamentais “mais políticas dirigidas para estes territórios para evitar perdas de população e fazer com que a riqueza produzida aumente”.
Em Portugal as regiões de montanha têm direito a subsídios, por exemplo agrícolas, porém “são pouco diferenciados das outras regiões”. Guanan Gutierres, presidente da Euromontana, considera que frequentemente as regiões de montanha estão em desvantagem face a outras “na produção”, mas têm vantagens, “sobretudo no turismo”, todavia fazem falta “políticas específicas”.
Publicado em 'Mensageiro'.
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