13 outubro, 2008

Bragança com Plano Verde

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a elaborar o Plano Verde para a cidade, em parceria com a Câmara, que visa desenvolver uma estratégia que apoie o planeamento e a gestão das zonas verdes.

O modelo defendido assume a conservação da estrutura principal, que passa pela salvaguarda de espaços de elevado valor paisagístico e ecológico, como são os florestais e os ligados ao rio Fervença, e no equilíbrio naquilo que são os espaços verdes como os jardins e parques públicos para uso da população. Define ainda que importa salvaguardar corredores, que são as estruturas lineares que permitem uma mobilidade sustentável na malha urbana, que permitam a circulação pedonal ou em bicicleta.
Além dos novos espaços a criar, há também novas perspectivas que se abrem com o Plano Verde, “mas a ideia obedece a um modelo coerente de zonas verdes na cidade, daí que se vá introduzir o manual de boas práticas”, adiantou Artur Gonçalves, um dos professores do IPB responsável pela Plano Verde.

O plano define que haverá vários níveis de intervenção, mantendo espaços com um aspecto mais natural e selvagem, mas devendo cumprir funções ecológicas importantes. Há espaço que deve ser formatado, “é preciso atender a questões de gestão, dispêndio de energia e água”, frisou.
A primeira fase do plano foi apresentada na passada sexta-feira, 3, durante o Encontro Nacional de Técnicos de Espaços Verdes que se realizou em Bragança. Trata-se de uma publicação que serve de guia sobre os actuais espaços verdes, que “é um marco na memória desses locais”, referiu Artur Gonçalves.
A produção do relatório do plano está em fase avançada, e define uma estratégia assente em três estruturas, designadamente principal, secundária e corredores verdes, que vai orientar o planeamento e a distribuição dos espaços verdes.
Após os estudos concluiu-se que a cidade de Bragança está próxima dos valores de referência em termos de espaços verdes, mas é preciso apostar no equilíbrio e na distribuição desses espaços por toda a cidade que está em crescimento, pelo que estes devem acompanhar o processo de urbanização.

Os locais mais usados são o Jardim da Braguinha, Polis, Jardim António José de Almeida, “todos têm aspectos positivos, mas também coisas a melhorar”, disse.
São conhecidos alguns problemas na convivência diária nos espaços verdes, dada a permanência dos animais, e ao facto de nem sempre as pessoas colaborarem na conservação das espécies.
A Câmara vai aumentar as zonas verdes. O Parque Porta-Norte é uma das novidades para onde estão previstos vários equipamentos como pequenos nichos de abrigo a animais em semi-cativeiro, tratamento animais, pombal típico, bem como uma zona lúdica. Outra intenção é a criação do circuito de Manutenção de Santa Apolónia que visa a requalificação da zona pedonal envolvente ao IPB, onde será criada uma ciclovia, numa extensão de três quilómetros, podendo ser enriquecido por três grandes bolsas, ocupando uma área de dois hectares, onde serão implantados espaços verdes, zonas de lazer e circuito de manutenção (cerca de metade do percurso total). O projecto está orçamentado em 1,3 milhões de euros está em fase de apreciação das propostas para adjudicação. As obras poderão arrancar em Fevereiro de 2009. Prevê-se a melhoria da iluminação, mudança da vedação do IPB, “é um bom trabalho”, garantiu o presidente da Câmara, Jorge Nunes. Aliás, a Câmara quer criar uma rede de ciclovias, para ir construindo “com equilíbrio”, justificou.

O Plano Verde surge associado à estratégia da Agenda XXI que transporta um conjunto de conceitos para o Plano de Urbanização, tais como a qualidade do espaço público e a mobilidade, ou até informação paras os cidadãos construírem e manterem jardins em casa. Na base define a estrutura ecológica urbana. “Queremos uma cidade multifuncional e multipolar, com comércios e equipamentos fora do centro”, explicou o edil.

Publicado no 'O Informativo'.

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