Uma "legião invasora" de espécies alienígenas chegou silenciosamente aos nossos ecossistemas aquáticos e teima em expandir-se na rede hidrográfica, dia após dia, sem nos apercebermos ou, então, demostrando pouco interesse no seu combate.
Mas quem são estes seres alienígenas?
Compreendem várias espécies, não só de peixes como também de plantas, invertebrados e microrganismos. Ao nível da fauna piscícola podem citar-se espécies de peixes, maioritariamente da América do Norte, como a perca-sol (Lepomis gibbosus), o achigã (Micropterussalmoides), o lúcio (Esoxlucius) e a lucioperca (Sander lucioperca). Nos invertebrados, registo para a capacidade invasora de crustáceos como o lagostim-vermelho (Procambarusclarkii) e o lagostim-sinal (Pacifastacusleniusculus). Atualmente, troços de rios têm já o seu leito completamente coberto com mexilhão-asiático (Corbicula fluminea), outra espécie de bivalve invasora. Nas plantas aquáticas a pinheirinha-de-água (Myriophyllum aquaticum) e o jacinto-de-água (Eichhorniacrassipes) colonizam massivamente os rios.
Que impactos e prejuízos podem provocar nos ecossistemas?
Estão referenciados prejuízos assinaláveis em áreas tão diversas como a conservação (ex. eliminação de espécies autóctones), a economia (ex. ,a orizicultura afetada pela expansão do lagostim) e em diversos aspetos sociais (ex. hábitos de pesca desportiva, ocupação recreativa). A sua expansão está diretamente relacionada com a degradação dos ecossistemas, isto é, a ação do Homem facilita a invasão destas espécies. A título de exemplo, o mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha), presente em várias bacias hidrográficas de Espanha, tem sido responsável pelo gasto de milhões de euros na sua erradicação, com resultados pouco expressivos.
Que estratégia urge definir e aplicar para erradicar/minimizar estes impactos?
Recurso a mecanismos de controlo (ex. físico, químico e biológico), de gestão de habitats e ao desenvolvimento de ações de conservação da biodiversidade e proteção de espécies autóctones ameaçadas, enquadrados na Diretiva Quadro da Água (DQA), com a requalificação dos sistemas degradados, a correta gestão ambiental de albufeiras, realização de monitorização ecológica e fiscalização apropriada, são algumas das estratégias que se podem implementar, no sentido da erradicação ou minimização dos impactos nos ecossistemas.
Afigura-se, ainda, essencial desenvolver ações de formação, divulgação e sensibilização das populações, em particular dos jovens, com o intuito de garantir a preservação dos recursos naturais únicos de ecossistemas singulares da região transmontana.
Publicado no 'Mensageiro de Bragança' de 07/06/2012.
Mas quem são estes seres alienígenas?
Compreendem várias espécies, não só de peixes como também de plantas, invertebrados e microrganismos. Ao nível da fauna piscícola podem citar-se espécies de peixes, maioritariamente da América do Norte, como a perca-sol (Lepomis gibbosus), o achigã (Micropterussalmoides), o lúcio (Esoxlucius) e a lucioperca (Sander lucioperca). Nos invertebrados, registo para a capacidade invasora de crustáceos como o lagostim-vermelho (Procambarusclarkii) e o lagostim-sinal (Pacifastacusleniusculus). Atualmente, troços de rios têm já o seu leito completamente coberto com mexilhão-asiático (Corbicula fluminea), outra espécie de bivalve invasora. Nas plantas aquáticas a pinheirinha-de-água (Myriophyllum aquaticum) e o jacinto-de-água (Eichhorniacrassipes) colonizam massivamente os rios.
Que impactos e prejuízos podem provocar nos ecossistemas?
Estão referenciados prejuízos assinaláveis em áreas tão diversas como a conservação (ex. eliminação de espécies autóctones), a economia (ex. ,a orizicultura afetada pela expansão do lagostim) e em diversos aspetos sociais (ex. hábitos de pesca desportiva, ocupação recreativa). A sua expansão está diretamente relacionada com a degradação dos ecossistemas, isto é, a ação do Homem facilita a invasão destas espécies. A título de exemplo, o mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha), presente em várias bacias hidrográficas de Espanha, tem sido responsável pelo gasto de milhões de euros na sua erradicação, com resultados pouco expressivos.
Que estratégia urge definir e aplicar para erradicar/minimizar estes impactos?
Recurso a mecanismos de controlo (ex. físico, químico e biológico), de gestão de habitats e ao desenvolvimento de ações de conservação da biodiversidade e proteção de espécies autóctones ameaçadas, enquadrados na Diretiva Quadro da Água (DQA), com a requalificação dos sistemas degradados, a correta gestão ambiental de albufeiras, realização de monitorização ecológica e fiscalização apropriada, são algumas das estratégias que se podem implementar, no sentido da erradicação ou minimização dos impactos nos ecossistemas.
Afigura-se, ainda, essencial desenvolver ações de formação, divulgação e sensibilização das populações, em particular dos jovens, com o intuito de garantir a preservação dos recursos naturais únicos de ecossistemas singulares da região transmontana.
Publicado no 'Mensageiro de Bragança' de 07/06/2012.
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