02 julho, 2012

Envelhecer ativamente é viver mais e melhor

Ciênci@Bragança
Viver mais tempo não significa necessariamente viver bem. O aumento da esperança de vida alongou os anos mas não garante qualidade, principalmente, quando existem hábitos de vida que são potenciadores de doença, como por exemplo o sedentarismo. O processo normal de envelhecimento acarreta sempre um declínio ao nível das funções do corpo, que pode evoluir de forma mais lenta ou mais rápida, e a, longo prazo pode-se tornar incapacitante. O declínio da capacidade funcional, nomeadamente, ao nível da aptidão física que envolve a redução dos níveis de força muscular, alterações da marcha e alterações do equilíbrio estático é reconhecido pela comunidade científica como fator de risco importante para a ocorrência de quedas na população idosa. O sedentarismo aumenta em duas vezes tanto a velocidade em que ocorre como a gravidade do impacto sobre o organismo.
O estudo que estamos a realizar em idosos institucionalizados do concelho de Bragança permite, desde já, identificar baixos níveis de funcionalidade no que diz respeito a agilidade, flexibilidade e equilíbrio associados à diminuição da força de preensão manual e de preensão do polegar. Os resultados relativos à composição corporal, diminuição da massa muscular e óssea e aumento da gordura corporal, revelam-se, também, factores de risco de morbilidade, risco de queda e fraturas de baixo impacto.
Um programa de exercício físico regular e adaptado à idade e condição física do idoso seria útil para recuperar ou manter a capacidade funcional e retardar os efeitos do envelhecimento. O exercício físico tem efeitos benéficos demonstrados no aumento da longevidade, no aumento da força muscular e da qualidade do osso, no controlo do peso, na redução dos sintomas de depressão, na redução do colesterol, na melhoria da atividade sexual, na melhoria da memória, da capacidade cognitiva e da qualidade do sono, na prevenção e no controlo da diabetes, na promoção da saúde cardiovascular, na redução da tensão arterial e do risco de acidente vascular cerebral.
Melhorar a funcionalidade da população idosa reduz significativamente os factores de risco de quedas, aumentando também a actividade e participação social que conduz à melhoria da autoestima e da auto-imagem e a uma vida mais saudável.
Publicado em 'Mensageiro de Bragança' de 28/06/2012.

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