Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, município de Chaves e Politécnico de Bragança avaliam soluções para manter ensino superior na cidade.
A decisão final sobre o eventual encerramento do pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que vem sendo discutida já há quatro anos, ainda não é conhecida mas já se estudam alternativas. O presidente da câmara, António Cabeleira, tem reunido com o reitor da UTAD e com o Instituto Politécnico de Bragança para que “eventualmente possam haver soluções complementares” para a cidade. Os alunos lançaram, esta semana, uma petição a enviar à Assembleia da República para tentar evitar o fecho anunciado.
A oposição ao encerramento deste ramo da UTAD tem envolvido a comunidade estudantil e a autarquia. António Cabeleira considera que “não faz sentido fechar o pólo porque Chaves tem a melhor localização estratégica, tem o melhor hotel do Norte, e aqui haveria condições para unir as universidades de referência do país, de Galiza e de Castelo-Leão, assim como criar um curso de excelência de fisioterapia aproveitando a qualidade das águas termais” existentes no município.
Por sua vez, o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, avisa que, “se a autarquia quer um projecto mais ambicioso, tem de conseguir apoios por parte do ministério e tem de ver com que meios financeiros o vai fazer". E conclui: "Tem de fazer uma avaliação séria e um controle das contas rigorosas”.
Embora o reitor garanta que não há ainda decisões tomadas, o certo é que se estão a avaliar outras soluções. A UTAD, em conjunto com a autarquia de Chaves e o Instituto Politécnico de Bragança, envolvendo outros actores da região, está a estudar um cenário alternativo viável e sustentável de forma a garantir a existência de ensino superior em Chaves, mas com outro formato, eventualmente de dois anos, adianta Fontaínhas Fernandes. "Não podemos estar agarrados à ideia peregrina de que vamos criar mais instituições de ensino superior”, conclui.
Mas a grande batalha é mesmo impedir o encerramento do pólo. O vice-presidente da Associação Académica de Chaves, Sandro Linares, acredita que “o curso de Turismo, pelas valências de Chaves, deve continuar na cidade”.
“Estamos a falar de um curso de Turismo que tem uma acreditação por mais um ano e o de Animação-Socio Cultural já fechou", contrapõe Fontaínhas Fernandes. "Trata-se de uma situação que não tem sustentabilidade, pois o pólo tem apenas 100 alunos que depois regressam às terras de origem e não fixam ninguém à cidade de Chaves", acrescenta.
Inconformados, os estudantes lançaram esta semana um abaixo-assinado contra o encerramento desta instituição. Só na quarta-feira de manhã, segundo Sandro Linares, conseguiram três mil assinaturas na rua. "Pretendemos, em conjunto com o município, fazer chegar à Assembleia da República a nossa causa que é assegurar uma continuidade dos cursos já existentes no pólo (Turismo e Animação Sócio-cultural) e fomentar a criação de mais cursos", diz o estudante. Para o documento ser levado ao Parlamento são necessárias cinco mil assinaturas. "Faltam-nos agora as assinaturas dos serviços públicos e as da petição pública que já se encontra online”, acrescenta.
A confirmar-se o fecho do pólo da UTAD, Sandro Linares considera que Chaves irá sofrer uma perda muito grande. "Sai toda a gente a perder, incluindo o comércio pois os estudantes geram muito dinheiro na cidade”, explicou. Também a magister da Tuna Universitária de Chaves, Sara Alves, diz sentir-se revoltada: "ainda nem sequer fomos avisados pelas entidades responsáveis sobre isto”. E secunda o colega nas previsões sobre o efeito negativo que este encerramento terá para a cidade: “Nós somos muito poucos neste momento mas continuamos a ter uma vida académica muito activa porém, se o pólo fechar, a tuna possivelmente também acaba e com ela terminam as muitas acções de cariz social que fazemos em Chaves”.
As críticas atravessam boa parte do campus. Ismael Araújo, estudante de 4º ano de Animação Sócio-cultural, lembrou a frase usada pelos alunos da Associação Académica no dia do Estudante, esta semana, como forma de protesto: “A UTAD tem um ‘Ferrari’ em Chaves, mas não sabe andar com ele e é por isso que quer abandoná-lo”.
Mas há vozes dissonantes. Para Sara Teixeira, Adriana Ribeiro e Daniela Guedes, estudantes do 2º ano de Turismo, o encerramento do pólo de Chaves até pode trazer benefícios. “Pelo pouco que sabemos, o nosso curso vai abrir para o ano em Vila Real e por isso faz sentido irmos todos para lá”, diz Sara. Daniela Guedes, assim como Adriana Ribeiro, acreditam que “Vila Real traz mais oportunidades no que diz respeito ao enriquecimento do curriculum”.
Publicado em 'Público'.
A decisão final sobre o eventual encerramento do pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que vem sendo discutida já há quatro anos, ainda não é conhecida mas já se estudam alternativas. O presidente da câmara, António Cabeleira, tem reunido com o reitor da UTAD e com o Instituto Politécnico de Bragança para que “eventualmente possam haver soluções complementares” para a cidade. Os alunos lançaram, esta semana, uma petição a enviar à Assembleia da República para tentar evitar o fecho anunciado.
A oposição ao encerramento deste ramo da UTAD tem envolvido a comunidade estudantil e a autarquia. António Cabeleira considera que “não faz sentido fechar o pólo porque Chaves tem a melhor localização estratégica, tem o melhor hotel do Norte, e aqui haveria condições para unir as universidades de referência do país, de Galiza e de Castelo-Leão, assim como criar um curso de excelência de fisioterapia aproveitando a qualidade das águas termais” existentes no município.
Por sua vez, o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, avisa que, “se a autarquia quer um projecto mais ambicioso, tem de conseguir apoios por parte do ministério e tem de ver com que meios financeiros o vai fazer". E conclui: "Tem de fazer uma avaliação séria e um controle das contas rigorosas”.
Embora o reitor garanta que não há ainda decisões tomadas, o certo é que se estão a avaliar outras soluções. A UTAD, em conjunto com a autarquia de Chaves e o Instituto Politécnico de Bragança, envolvendo outros actores da região, está a estudar um cenário alternativo viável e sustentável de forma a garantir a existência de ensino superior em Chaves, mas com outro formato, eventualmente de dois anos, adianta Fontaínhas Fernandes. "Não podemos estar agarrados à ideia peregrina de que vamos criar mais instituições de ensino superior”, conclui.
Mas a grande batalha é mesmo impedir o encerramento do pólo. O vice-presidente da Associação Académica de Chaves, Sandro Linares, acredita que “o curso de Turismo, pelas valências de Chaves, deve continuar na cidade”.
“Estamos a falar de um curso de Turismo que tem uma acreditação por mais um ano e o de Animação-Socio Cultural já fechou", contrapõe Fontaínhas Fernandes. "Trata-se de uma situação que não tem sustentabilidade, pois o pólo tem apenas 100 alunos que depois regressam às terras de origem e não fixam ninguém à cidade de Chaves", acrescenta.
Inconformados, os estudantes lançaram esta semana um abaixo-assinado contra o encerramento desta instituição. Só na quarta-feira de manhã, segundo Sandro Linares, conseguiram três mil assinaturas na rua. "Pretendemos, em conjunto com o município, fazer chegar à Assembleia da República a nossa causa que é assegurar uma continuidade dos cursos já existentes no pólo (Turismo e Animação Sócio-cultural) e fomentar a criação de mais cursos", diz o estudante. Para o documento ser levado ao Parlamento são necessárias cinco mil assinaturas. "Faltam-nos agora as assinaturas dos serviços públicos e as da petição pública que já se encontra online”, acrescenta.
A confirmar-se o fecho do pólo da UTAD, Sandro Linares considera que Chaves irá sofrer uma perda muito grande. "Sai toda a gente a perder, incluindo o comércio pois os estudantes geram muito dinheiro na cidade”, explicou. Também a magister da Tuna Universitária de Chaves, Sara Alves, diz sentir-se revoltada: "ainda nem sequer fomos avisados pelas entidades responsáveis sobre isto”. E secunda o colega nas previsões sobre o efeito negativo que este encerramento terá para a cidade: “Nós somos muito poucos neste momento mas continuamos a ter uma vida académica muito activa porém, se o pólo fechar, a tuna possivelmente também acaba e com ela terminam as muitas acções de cariz social que fazemos em Chaves”.
As críticas atravessam boa parte do campus. Ismael Araújo, estudante de 4º ano de Animação Sócio-cultural, lembrou a frase usada pelos alunos da Associação Académica no dia do Estudante, esta semana, como forma de protesto: “A UTAD tem um ‘Ferrari’ em Chaves, mas não sabe andar com ele e é por isso que quer abandoná-lo”.
Mas há vozes dissonantes. Para Sara Teixeira, Adriana Ribeiro e Daniela Guedes, estudantes do 2º ano de Turismo, o encerramento do pólo de Chaves até pode trazer benefícios. “Pelo pouco que sabemos, o nosso curso vai abrir para o ano em Vila Real e por isso faz sentido irmos todos para lá”, diz Sara. Daniela Guedes, assim como Adriana Ribeiro, acreditam que “Vila Real traz mais oportunidades no que diz respeito ao enriquecimento do curriculum”.
Publicado em 'Público'.
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