As nove entidades que se uniram e deram origem a uma carta de compromissos para a região de Trás-os-Montes e Alto Douro reuniram-se pela primeira vez em Bragança, na semana passada, para dar andamento a um processo que espera venha ajudar a cativar mais fundos europeus para a região, de forma a contrariar a tendência de esquecimento a que tem sido votada em matérias de distribuição de fundos públicos.
Para já foram constituídos três órgãos. Um Grupo Operacional, constituído pelas nove entidades que deram origem à iniciativa (que inclui UTAD, IPB, Comunidades Intermunicipais, associações empresariais, entre outras), um Grupo de Acompanhamento, mais abrangente, que deverá incluir a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, e um Fórum temático, a realizar anualmente e sob a responsabilidade das associações empresariais. Os dois primeiros órgãos serão coordenados por UTAD e IPB.
O objetivo é criar um plano que explique o financiamento que se pretende e de que forma é que pode ajudar a criar emprego na região
“A estrutura terá duas vertentes que consiga, por um lado, canalizar projetos para a região, partindo do trabalho das CIMs, nomeadamente dos seus planos estratégicos. Depois, uma componente política em que estas três regiões se associam dentro da matriz de TMAD, que tem sido mais afastada de fundos comunitários. O próximo quadro será muito competitivo e virado para as empresas. Precisamos que seja canalizado para as empresas que existem e para ajudar a criar outras. Queremos marcar bem vincada a posição de que TM tem de ter direito a um pacote financeiro compatível com a sua dimensão territorial, com a sua demografia e com aquilo que se quer fazer que é induzir o desenvolvimento de TMAD. Vamos apresentar um plano que demonstre que esse financiamento seja bem estruturado, introduzindo mais emprego, promovendo o desenvolvimento da região”, explicou Sobrinho Teixeira, presidente do Politécnico de Bragança e porta-voz do grupo.
Os órgãos agora constituídos têm como objetivo ter até final do ano um documento, validado pela comissão de acompanhamento, que será o plano diretor para a região de TM. Fórum irá opinar sobre o que for aprovado. Para isso, o grupo operacional reúne já no início de setembro para dar sequência ao plano traçado.
Rui Caseiro, representante da CIM Trás-os-Montes, entende que este é “um passo afirmativo”. “Seremos capazes de elaborar um bom plano que seja capaz de cativar mais dinheiros públicos para a região. Queremos dar contributo para que o cenário seja invertido. Um plano com áreas fundamentais, que promovam o desenvolvimento. Um passo para inverter este ciclo a que temos assistido nos últimos anos”, frisou.
As tecnologias ou as energias alternativas serão algumas das áreas a privilegiar. Até 31 de dezembro esperam ter pronto um caderno que “demonstra de que forma achamos que pode ser feito o investimento e de que forma é que pode gerar aqui emprego”, concluiu.
Publicado em 'Mensageiro'.
Sem comentários:
Enviar um comentário