13 setembro, 2013

Falta preencher 1420 vagas nos cursos do IPB


O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) preencheu apenas 23% das vagas disponibilizadas para o ano lectivo 2013-2014. Segundo os resultados das colocações da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso, conhecidos na segunda-feira, nesta instituição ainda há para preencher 1420 vagas num total de cerca das 1800 disponíveis. A segunda fase de acesso está agora em marcha.
O presidente do IPB admite que a redução do número de alunos é uma realidade, tanto mais que este ano houve menos cinco mil jovens a candidatar-se ao ensino superior. Todavia, garante que no caso da instituição brigantina “não há motivo para preocupação”, porque à semelhança dos anos anteriores as vagas vão ser supridas com as entradas de outros regimes, como os alunos dos Cursos de Especialização Tecnológica e os Maiores de 23. “Tivemos uma redução de menos 130 candidatos nesta primeira fase, mas com os alunos de outros regimes já temos o dobro desse número”, explicou Sobrinho Teixeira. Ainda assim, o responsável não poupa críticas à política que está a ser seguida para o ensino superior, que afasta estudantes. No ano passado foram 150 mil alunos frequentaram o ensino secundário, dos quais 95 mil queriam prosseguir estudos, mas apenas 40 mil foram colocados.

“Ora, isto é um desperdício”, atesta o presidente do IPB, quando a entrada destes no ensino superior não significava mais peso no financiamento por parte do Estado. Além de que os inquéritos às famílias portuguesas revelam que estas só não estão disponíveis para cortar nas despesas com a alimentação e a educação dos filhos.
“Não se está a investir na qualificação, ainda que todos os relatórios europeus apontem que Portugal precisa de mais gente qualificada”, refere o responsável.
Se para o IPB a situação ainda não é preocupante este ano, Sobrinho Teixeira diz que o será para todas as instituições nacionais a médio e longo prazo, “a menos que se faça uma mudança de política”.
Sobre a falta de emprego, que afecta sobretudo os jovens licenciados, o presidente do IPB admite que é uma realidade, que obriga muitos a emigrar e que a falta de trabalho é um problema mais grave entre os jovens não qualificados. No entanto, no seu entender “é melhor emigrar com qualificações do que sem elas como sucedia nos anos 60, em que os portugueses partiam e iam fazer os trabalhos que mais ninguém queria” nos países receptores.
Lamentado que se esteja a criar uma geração “nem, nem”, ou seja “que nem estuda, nem trabalha”, Sobrinho Teixeira vaticina que a “herança que vamos deixar aos mais novos será mais pesada do que a dívida do país”.

Publicado em 'Mensageiro de Bragança'.

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