20 setembro, 2013

IPB inovou e a aposta foi ganha com mais 1500 alunos


As filas que se formavam à porta do edifício onde se processavam as matrículas dos novos alunos do Instituto Politécnico de Bragança já esta semana deixavam adivinhar que algo não batia certo entre os números divulgados pelo Governo relativos ao concurso nacional de colocação de estudantes no Ensino Superior.
As imensas filas que se faziam sentir, apesar do sistema montado propositadamente para esta ocasião, indicavam mais massa humana do que a prevista, “Para além do concurso nacional, tivemos mais 1455 alunos do concurso local”, adiantou ao Mensageiro Anabela Martins, a responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem do IPB.
Estes vêm juntar-se aos mais de 400 que entraram na primeira fase do concurso nacional. “Só dos cursos de especialização tecnológica (CETs) entraram, na primeira fase, quase 800 alunos”, indicou.
Afinal há almoços grátis
Anabela Martins lamenta que se venha perdendo a aposta no ensino superior, pois Portugal tem apenas 17 por cento de licenciados, contra os 32% da OCDE. Mesmo assim, o IPB deverá manter cerca de sete mil alunos.
Como se disse, os novos aproveitaram as últimas duas semanas para afazer a sua inscrição e as surpresas começavam ainda na autoestrada. “Colocámos uma tarja com a indicação da saída correta, de forma a que quem não conhecesse não tivesse de passar pelo pórtico das portagens desnecessariamente”, explicou Ricardo Pinto, presidente da Associação Académica do IPB. A partir desse sinal, o caminho estava todo sinalizado até à escola. “Facilitou muito. Não foi preciso pôr a morada no GPS, viemos cá dar direitinhos”, confessava Fernando Lopes, que veio de Aveiro trazer o seu filho. “Agora já sei o que o meu pai sentiu quando me entregou assim”, desabafou, enquanto o filho, Fábio, cumpria o ritual. primeiro, uma foto tipo passe de “mais um boémio. Depois, toda a parte burocrática, que teve de enfrentar sem a ajuda paterna. “É uma forma de eles começarem a ganhar autonomia. Como não têm de fazer pagamentos, os pais aceitam bem”, explicou Dina Macias, do IPB. A mesma responsável adianta que este ano foi a primeira vez que as matrículas funcionaram no novo edifício dos Serviços Gerais do IPB. “Tivemos a preocupação que os estudantes estivessem sentados durante a espera”, por exemplo, diz a professora, sobre as novidades.
Houve também uma colaboração estreita com a Associação Académica, que também ofereceu um kit aos novos alunos, que inclui, entre outras coisas, contactos de emergência “disponíveis 24 horas por dia”, segundo Ricardo Pinto, e senhas para almoço ou jantar “para o aluno e os seus acompanhantes”. “Assim evitamos que desperdicem dinheiro em cafés e já ficam a conhecer a cantina, onde até se come bem”, frisa o líder estudantil.
Depois do preenchimento dos papéis para o cartão de estudante, os novos alunos recebem outro kit do GIAPE, com merchandising da instituição. Fábio Lopes depressa se sentiu encaminhado, ele que concorreu para design de jogos de video, em Mirandela, como primeira opção.
A forma como as matrículas estavam organizadas merecia rasgados elogios por parte de alunos e pais, até porque o cuidado com eles incluía um parque de estacionamento especialmente liberado para o efeito. No final do processo, os caloiros eram recebidos por elementos das associações de estudantes das respetivas escolas. “Estamos a receber os caloiros para os orientar para o Instituto. Somos da Associação de Saúde. Estamos a explicar como vai ser a praxe, o curso, etc”, explicaram Inês Marcos e Vítor Dias ao Mensageiro.

Publicado em 'Mensageiro de Bragança' de 19 setembro 2013.

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