Há quem queira entrar no mundo da apicultura mas gostariam, por exemplo, que as
abelhas fo ssem mansas ou que produzissem mais do que o habitual e por essa razão
importam animais de outros países, espécies inadaptadas à biodiversidade da região e que
podem ameaçar o sector apícola.
A especialista em genética de abelhas do departamento do Ambiente e Recursos Naturais do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Alice Pinto, defende que se deve melhorar e seleccionar a raça autóctone, a abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis), e não andar a fazer misturas com raças que não estão adaptadas à biodiversidade da região transmontana.
A investigadora considera também que é um mau procedimento e um mau investimento andar a importar essas abelhas comerciais, pois, as rainhas depois vão fecundar zangões locais e daí vão resultar espécies que vão ameaçar a raça.
“Em Portugal e Espanha há alguns apicultores que importam essas raças comerciais. Há pessoas que compram muitas vezes porque querem trabalhar com abelhas mansas e nós devemos trabalhar com material genético que foi moldado pela natureza. Não faz sentido, os apicultores pagam bastante dinheiro por raças alteradas geneticamente, como é o caso da Buckfast muito utilizada agora, mas essas rainhas depois fecundam com os machos locais e depois será substituída pela filha que já será uma descendência híbrida. “A nossa abelha é sem dúvida a que tem melhor desempenho”, explica a investigadora.
Segundo Alice Pinto, os estudos científicos de genética de abelhas já publicados apontam que por vezes “é pior a emenda que o soneto” visto que as espécies híbridas resultantes desses cruzamentos criam abelhas ainda mais agressivas, ou melhor, defensivas, porque é agressiva para o ser humano mas no fundo elas só estão a defender- se de agressões externas.
“Em relação à questão da mansidão das abelhas, até é muito fácil melhorar essa característica, em quatro ou cinco anos de selecção consegue-se. E é isso que os apicultores têm de entender para pararem de importar animais”, acrescenta.
A abelha melífera, Apis meilifera L., distribui-se naturalmente na África, Médio Oriente e Europa. A adaptação à diversidade de condições ecológicas climáticas propiciou a evolução de mais de 24 subespécies entre as quais está a Apis mellifera iberiensis, predominante no Norte de Portugal.
A investigadora do IPB, Alice Pinto, está neste momento envolvida num projecto internacional chamado Centro de Conservação da Diversidade da Abelha na Europa e pretende sensibilizar os apicultores para as ameaças que outras espécies podem trazer para o sector.
Publicado em 'Raízes'.
A especialista em genética de abelhas do departamento do Ambiente e Recursos Naturais do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Alice Pinto, defende que se deve melhorar e seleccionar a raça autóctone, a abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis), e não andar a fazer misturas com raças que não estão adaptadas à biodiversidade da região transmontana.
A investigadora considera também que é um mau procedimento e um mau investimento andar a importar essas abelhas comerciais, pois, as rainhas depois vão fecundar zangões locais e daí vão resultar espécies que vão ameaçar a raça.
“Em Portugal e Espanha há alguns apicultores que importam essas raças comerciais. Há pessoas que compram muitas vezes porque querem trabalhar com abelhas mansas e nós devemos trabalhar com material genético que foi moldado pela natureza. Não faz sentido, os apicultores pagam bastante dinheiro por raças alteradas geneticamente, como é o caso da Buckfast muito utilizada agora, mas essas rainhas depois fecundam com os machos locais e depois será substituída pela filha que já será uma descendência híbrida. “A nossa abelha é sem dúvida a que tem melhor desempenho”, explica a investigadora.
Segundo Alice Pinto, os estudos científicos de genética de abelhas já publicados apontam que por vezes “é pior a emenda que o soneto” visto que as espécies híbridas resultantes desses cruzamentos criam abelhas ainda mais agressivas, ou melhor, defensivas, porque é agressiva para o ser humano mas no fundo elas só estão a defender- se de agressões externas.
“Em relação à questão da mansidão das abelhas, até é muito fácil melhorar essa característica, em quatro ou cinco anos de selecção consegue-se. E é isso que os apicultores têm de entender para pararem de importar animais”, acrescenta.
A abelha melífera, Apis meilifera L., distribui-se naturalmente na África, Médio Oriente e Europa. A adaptação à diversidade de condições ecológicas climáticas propiciou a evolução de mais de 24 subespécies entre as quais está a Apis mellifera iberiensis, predominante no Norte de Portugal.
A investigadora do IPB, Alice Pinto, está neste momento envolvida num projecto internacional chamado Centro de Conservação da Diversidade da Abelha na Europa e pretende sensibilizar os apicultores para as ameaças que outras espécies podem trazer para o sector.
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