08 julho, 2009

Greve dos professores dos Politécnicos passa ao lado do IPB

Sem expressão em Bragança. É assim que está a ser o primeiro dia de greve às avaliações dos professores dos Institutos Politécnicos, em protesto contra o regime de transição de carreiras imposto para o subsistema politécnico.
Orlando Rodrigues, vice-presidente do Instituto Politécnico de Bragança, sublinha que hoje não houve exames afectados.
“Os exames que há na instituição estão a decorrer normalmente, não houve qualquer falha”, o que quer dizer que “os docentes não fizeram greve”.

Entre os alunos, reinava o desconhecimento do descontentamento dos docentes.
“Nem sabíamos que ia haver greve. Aparecemos normalmente para fazer exame”, disse Gisela Fernandes, que diz desconhecer qualquer caso de greve. “Não fazia a mínima ideia que os professores iam fazer greve”, confessa, por sua vez, Carla Gonçalves. Carla Vaz também ficou surpreendida e diz que os exames decorreram “normalmente”.

Este protesto foi convocado na semana passada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior.
O SNESup está contra o regime de transição de carreiras imposto para o subsistema politécnico, que acusa de não acautelar totalmente a situação de milhares de professores, que estão há anos em situação precária, em dedicação exclusiva e em tempo integral, com contratos precários.
Miguel Vilasboas representa este sindicato em Bragança e acredita que ao longo de todo o protesto, que dura até à próxima semana, haverá pouco impacto na instituição, devido a três factores.
“Primeiro, é requerido neste novo estatuto que haja doutoramentos e sempre foi apanágio aqui da instituição que os seus professores fossem doutorados. A segunda, é porque em Bragança estamos a 220 quilómetros do Porto e as pessoas sentem que estão salvaguardadas de uma concorrência externa, que existe nos grandes centros urbanos do litoral. Por fim, temos de nos lembrar que o presidente do IPB é também presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos e ainda na semana passada garantiu que não queria perder nenhum professor” e isso dá mais segurança aos professores da casa, explicou.
No entanto, Miguel Vilasboas considera inevitável que os alunos sejam prejudicados com a greve.
“Só há greve se alguém sair prejudicado. Só se avançou para esta em último recurso, depois de manifestações em Lisboa. Foi numa situação de ruptura. Se a greve não prejudicar ninguém é uma manifestação, não é grave. Mas acredito que nenhuma aluno sairá prejudicado, apesar de ter alguns inconvenientes”, referiu.
Segundo o delegado sindical, haverá cerca de 250 professores precários no IPB, com contratos de um ou dois anos, que podem ou não ser renováveis. Ao todo, a instituição tem cerca de 380 docentes.

Publicado em 'Rádio Brigantia'.

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