27 junho, 2013

Encontro Nacional de Ecologia pela primeira vez no IPB


O Encontro Nacional da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) decorreu este ano pela primeira vez em Bragança conjuntamente com o Encontro da Primavera da Associação Portuguesa de Ecologia da Paisagem (APEP), numa parceria inédita que dá sequência aos objetivos de descentralização e promoção de novas interacções de investigação ao nível nacional que ambas as associações desde sempre promoveram.
Entre os dias 17 e 19 de junho foram discutidos os “vários interfaces da ecologia”, explicou Paula Sobral, da SPECO, que disse ao Mensageiro que o cidadão “está mais interessado em conhecer as questões da ecologia, estão também mais informados”. É hoje inequívoco o papel fundamental que a ecologia desempenha na gestão de ecossistemas e paisagens face aos inúmeros desafios colocados, quer pelas consequências das alterações do uso do solo quer na perspectiva das alterações climáticas. Todas as interfaces da ciência ecológica foram aqui chamadas a dar o seu contributo para melhorar o conhecimento que temos dos ecossistemas e desenvolver novas áreas de aplicação.
Durante o encontro foram apresentados vários trabalhos sobre a região, nomeadamente sobre os espaços verdes de Bragança, a acroecologia do olival da Terra Quente, entre outros. “Este evento tem como preocupação principal a gestão dos ecosistemas a partir da abordagem da ecologia”, referiu João Azevedo, docente do IPB e representante da APEP. Nota-se nos últimos anos uma maior preocupação por parte dos municípios com as questões ecológicas. “Fazem-no porque estão preocupados com o bem estar dos cidadãos e por questões económicas, uma vez que os espaços verdes representam a resolução de alguns problemas relacionados com cheias, sobreaquecimento dos espaços construídos”, referiu o docente.
O conjunto de comunicações orais e painéis apresentados neste evento são bem representativos de uma comunidade científica activa e dinâmica, cuja colaboração certamente sairá reforçada.

Foz Tua “é má aposta”
À margem do encontro, Paula Sobral falou sobre a construção da barragem de Foz Tua que considera “uma má aposta”. No seu entender, “não há nada que justifique esta obra e isso já foi amplamente demonstrado, é uma questão política uma vez que o custo benefício é muito elevado em termos de biodiversidade, pois trata-se de mais uma barragem dificilmente justificável em termos energéticos”. Em causa está património natural “que será destruído o que está errado”, acrescentou.

Publicado em 'Mensageiro' de 27 junho 2013.

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