Cerca de uma centena de alunos de várias escolas secundárias da região ficaram a conhecer o ciclo típico da atividade de um cientista, nomeadamente aprendizagem, experimentação, discussão e apresentação de resultados durante a iniciativa “Estudantes de Escolas Secundárias à caça de partículas no LHC (Large Hadron Collider) /CERN”, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG), na passada quinta-feira.
Trata-se de uma atividade em marcha entre 12 de março a 12 de abril de 2014, no âmbito da qual institutos de investigação de 40 países irão abrir as suas portas e convidar os estudantes das escolas secundárias a serem físicos de partículas por um dia. “Serve para divulgar a ciência e motivar os alunos mais jovens para mais tarde seguirem carreiras de investigação ligadas a estas áreas. Proporcionamos um dia de trabalho para que os investigadores possam mostrar o que fazem”, explicou Albano Alves, diretor da ESTIG, instituição que participa pela quinta vez.
Na iniciativa participaram os alunos das escolas secundárias de Miranda do Douro, Valpaços e Emídio Garcia (Bragança). “Desta forma também divulgamos a nossa oferta formativa e mostramos a nossa instituição aos alunos”, acrescentou o responsável. Mais de 10 mil estudantes participarão nas Masterclasses Internacionais em Física de Partículas, analisando dados reais recolhidos pelas experiências instaladas no Large Hadron Collider (LHC), o mais avançado e poderoso acelerador de partículas do mundo, situado no CERN, perto de Genebra, na Suíça.
Em Portugal, as Masterclasses Internacionais são coorganizadas desde 2005 pelo LIP – www.lip. pt – e pelos Institutos e Universidades anfitriãs, com o apoio da Agência Ciência Viva. Este ano, decorre em 13 instituições.
Quatro experiências - Atlas, CMS, Alice e LHCb – disponibilizaram dados para este evento educativo. “Os estudantes podem trabalhar com dados reais do LHC”, diz Michael Kobel, “e examinar os produtos resultantes de colisões de partículas elementares que viajam próximo da velocidade da luz, ao longo da circunferência de 27 quilómetros do acelerador”. Os alunos podem, por exemplo, redescobrir o bosão Z ou a estrutura do protão, reconstruir “partículas estranhas” ou medir o tempo de vida da partícula D0. Uma das tarefas em destaque é a procura do bosão de Higgs. As experiências ATLAS e CMS forneceram eventos reais candidatos à partícula de Higgs, em que os alunos podem acompanhar esta partícula rara, fugidia e de tempo de vida muito curto. Desta forma, poderão compreender como se pode fazer uma descoberta científica
Publicado em 'Mensageiro'.
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