20 maio, 2014

Por cada euro que Estado investe, politécnicos podem gerar oito vezes mais


Por cada euro que o Estado investe nos Institutos Politécnicos estes chegam a gerar uma atividade económica de valor oito vezes superior, indica um estudo que avalia o impacto económico regional em sete destas instituições de ensino superior.
Os números constam do estudo académico "O impacto dos institutos politécnicos na economia local", feito a pedido do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e que analisa o impacto e o retorno do dinheiro investido pelo Estado nas instituições, assim como o dinheiro gasto por docentes, alunos e funcionários nas regiões onde se localizam as escolas onde estudam ou trabalham, pertencentes aos institutos de Bragança, Castelo Branco, Leiria, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu.
De acordo com as conclusões apresentadas, é em Leiria que se verifica um maior impacto na atividade económica gerada por cada euro investido pelo Estado português, com um retorno de 8,07 euros.
O Instituto Politécnico (IP) de Leiria é também aquele que contabiliza um maior número de alunos, docentes e funcionários. Insere-se também numa região, indicam os dados apresentados no estudo, que, em comparação com as sete em análise, tem um dos mais baixos índices de envelhecimento, a mais baixa taxa de analfabetismo e um dos mais elevados índices de poder de compra.
O menor impacto regista-se no politécnico de Castelo Branco, onde, ainda assim, o retorno é quase três vezes superior ao investimento do Estado: por cada euro gasto pelos cofres públicos gera-se uma atividade económica de 2,63 euros na região desta instituição.
Analisando o Produto Interno Bruto (PIB) de cada região, é em Bragança que a presença do politécnico tem uma influência maior na geração de riqueza pela região, com a instituição de ensino superior a ter um peso de cerca de 11% para o PIB local.
É no IP de Setúbal que o peso que a instituição representa para o PIB da região onde se insere é menor: corresponde apenas a 1,71% da riqueza criada. Em Viana do Castelo a percentagem é também baixa, de apenas 2,06%.
Mas nas restantes regiões varia, sensivelmente entre os 4,5% e os 6%, valores mais significativos para a riqueza gerada na região.
Os autores do estudo apontam ainda que os dados recolhidos parecem "evidenciar a existência de uma relação linear entre o impacto direto [da instituição para a região onde se encontra] e o número de estudantes de cada instituição", apresentando valores que estimam um impacto direto (gastos de docentes, funcionários e alunos) de nove mil euros por cada aluno, e um impacto total (que contabiliza também a atividade económica gerada) de 16 mil euros.
Em termos totais, os sete IP têm um impacto direto de aproximadamente 270 milhões de euros e um impacto total de 460 milhões de euros.
Os dados foram recolhidos com a aplicação de inquéritos a docentes, funcionários e estudantes.
"Para cada Instituto foi selecionada uma amostra aleatória de cada corpo constituída por 400 alunos, 80 funcionários e 100 docentes", explica-se no estudo quanto à metodologia utilizada, acrescentando-se que, apesar de taxas de resposta muito variáveis, "a amostra recolhida é, mesmo assim, bem aproximada da população respetiva de cada Instituto".

Publicado em 'Porto Canal'.

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