09 outubro, 2014

Estudantes de Engenharia do IPB têm a vida facilitada para aceder à profissão


Desde segunda-feira que os cerca de 1300 alunos de engenharias do Instituto Politécnico de Bragança têm a possibilidade de mais facilmente acederem à profissão, depois da assinatura de um protocolo entre aquela instituição de ensino e a Ordem dos Engenheiros. O protocolo foi assinado no dia de engenharia no IPB.
De acordo com o presidente do instituto, Sobrinho Teixeira, vai permitir diversas vantagens aos estudantes, desde logo, a dispensa de um exame de acesso à Ordem. “O IPB vê este protocolo com muita satisfação porque, para além daquilo que já estava assumido para poderem ser admitidos na Ordem dos Engenheiros, ficou aqui prometida uma ação de formação para que os próprios alunos possam saber como se faz esse processo. É o reconhecimento da capacidade da engenharia que é ministrada aqui no Politécnico”, frisou.
Para além disso, “o protocolo também prevê ações conjuntas na promoção e divulgação da engenharia e na intervenção que a própria Ordem pode ter na elaboração dos curriculae dos cursos do Politécnico”. “Por outro lado, a Ordem também se compromete, ao nível das feiras de emprego, incluir o IPB nessa divulgação e ajudar, também, ao incremento da empregabilidade da engenharia portuguesa, que já é muito elevada e, deste modo, contribuirmos para que haja mais qualidade e mais alunos”, explicou ainda Sobrinho Teixeira.
O distrito de Bragança tem, atualmente, 350 engenheiros inscritos na Ordem, segundo dados divulgados pelo delegado regional, António Afonso, que acredita que ainda há capacidade de absorção do mercado de trabalho destes profissionais. Isso mesmo foi sublinhado, também, pelo diretor norte da Ordem, Fernando Santos, para quem os cerca de 150 diplomados que têm saído atualmente das universidades em engenharia civil, por exemplo, serão poucos para as necessidades que o país enfrentará a curto prazo, de 400 novos engenheiros por ano. “É uma situação sazonal. É evidente que não vai haver o boom da construção mas desenganese quem pense que em Portugal está tudo feito nessa área. Ferrovias, setor marítimo portuário e manutenção das infraestruturas já construídas são áreas que vão exigir muito da engenharia portuguesa. Aquilo que estamos a passar é um reequilíbrio. Passámos do 80 para o oito mas é natural que um terço da nossa capacidade possa atingir níveis que faça com que haja procura novamente. Face à necessidade a curto prazo de engenheiros, vamos passar de exportadores de engenheiros a importadores. Resta saber se os estrangeiros estão ao nível dos portugueses atualmente”, alertou.
No último ano, licenciaram-se cerca de 300 engenheiros no IPB mas Civil tem sido um dos cursos com menor procura. Apesar de não registar entradas pelo sistema nacional de acesso, tem 18 alunos fruto do sistema de captação de estudantes do IPB. Sobrinho Teixeira acredita que, a breve prazo, haverá uma recuperação no mercado de trabalho e, nessa altura, será uma “mais valia”, manter o curso aberto. Entretanto, a menor procura do mercado de trabalho vai alastrar- se, de acordo com Fernando Santos, a áreas como a engenharia mecânica e eletrotécnica, fruto do contágio do problema da construção. Mas áreas como as biotecnologias, novas tecnologias ou engenharias alimentares estão a ter grande sucesso.

Publicado em 'Mensageiro'.

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