14 maio, 2008

Politécnico de Bragança lança rede regional de empreendedores

Ana Fragoso

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) conseguiu congregar diversos agentes regionais, nomeadamente as 12 câmaras do distrito de Bragança, na criação de uma rede regional de fomento ao empreendedorismo. Uma medida que, na óptica de Sobrinho Teixeira, presidente do IPB, vem concretizar “uma das missões” do instituto, que é “criar uma forte propensão para a indução do desenvolvimento regional”.

O politécnico vai colocar os conhecimentos de que dispõe ao serviço dos jovens recém-licenciados que, “tendo uma ideia”, muitas vezes não têm condições para avançar por falta de garantias que lhes permitam aceder aos necessários financiamentos. “Nós criamos um espaço que é uma incubadora de empresas”, adiantou, explicando que vão ser disponibilizados espaços físicos que permitam aos jovens dar os primeiros passos no mundo empresarial. Mas, antes disso, o IPB vai disponibilizar os seus docentes e investigares para a realização de estudos de viabilidade económica e até de planos estratégicos de acção para sustentar as “ideias” dos jovens.

15 empresas instalaram-se já em Vimioso, concelho onde a autarquia vende terrenos a um cêntimo por metro quadrado

As câmaras vão também “fazer os possíveis para facilitar as condições de instalação de empreendedores nos respectivos municípios”, explicou José Rodrigues, presidente da Câmara de Vimioso, um dos municípios que mais se debate com a desertificação e a falta de iniciativa privada capaz de criar postos de trabalho e fixar a população. Neste concelho, a autarquia vende terrenos a um cêntimo por metro quadrado. Esta campanha começou há três anos e com “sucesso relativo”, uma vez que já existem 15 empresas a laborar ou em fase de instalação. Esta “política de incentivos” é um dos exemplos que podem ser seguidos pelos municípios.

Na rede regional, entram ainda como parceiros o Núcleo Empresarial de Bragança, as associações de desenvolvimento locais, a banca e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI). “Nós procuramos dinamizar este tipo de redes e garantimos, de acordo com a validade dos projectos, a garantia mútua e o capital de risco que as entidades bancárias exigem no financiamento inicial”, disse o presidente do IAPMEI, Luís Filipe Costa. Este responsável louvou a iniciativa das diversas entidades que se agregaram no projecto, considerando que, sem “criar condições para os empreendedores ultrapassarem o chamado vale da morte, é muito difícil um jovem recém-licenciado implementar o seu projecto”.

Publicado no jornal ‘Público, – Local Porto – p. 30’ de hoje.