Há grande receptividade por parte da Federação Portuguesa de Luta (FPL) com vista ao reconhecimento da Galhofa como modalidade desportiva. O processo implica a filiação numa federação oficial, neste caso na FPL.
O departamento de Desporto da Escola Superior de Educação (ESEB) já encetou contactos com aquela organização. Segundo José Bragada, professor na instituição brigantina e autor de um estudo sobre o jogo, a Federação mostrou grande receptividade, no entanto será necessário uma implementação mais robusta para isso se concretizar. “Isto significa que é preciso um maior número de praticantes e um treino regular”, explicou o docente.
Na passada quarta-feira, 16, o Departamento de Desporto organizou o III Torneio de Galhofa, com a participação de 14 raparigas e 20 rapazes de vários escalões de acordo com o peso.
Na ESEB estão a procurar alargar a prática da Galhofa, tendo por base a Educação Física Escolar, mas existem algumas limitações “pois não trabalhamos exclusivamente para isso”, admitiu o professor. O processo acaba por ser “bastante lento”, além de que há poucas pessoas profissionais da área da Educação Física e do Desporto com conhecimentos deste jogo.
A prática da actividade está a aumentar e ganhar cada vez mais adeptos. Para além da abordagem da ESEB, como uma disciplina do curso de Desporto, este ano lectivo, por intermédio dos estagiários da Variante de Educação Física, começou a ser praticada nas escolas Paulo Quintela e Augusto Moreno. Não foi uma implementação abrangente a todas as turmas, mas apenas às turmas onde havia estagiários atribuídos (cerca de 20). “Pelos relatos dos estagiários os alunos aderiram bem a este jogo e participaram empenhadamente. Para José Bragada este facto reflecte uma boa adesão dos mais jovens para a sua prática. Pelo que no próximo ano vão tentar alargar o publico alvo, propondo a sua abordagem em mais escolas da cidade ou, mesmo, fora.
No departamento de Desporto da ESEB o trabalho actual centra-se na preservação da Galhofa e, principalmente, no seu reconhecimento como uma actividade desportiva-corporal tradicional característica da região transmontana, “reflectindo traços de um povo de ‘lutador’, sério e trabalhador, que foi capaz de transformar uma actividade tipicamente associada à agressividade e violência num confronto corporal leal e justo”, explicou José Bragada.
Departamento de Desporto da ESEB aposta na preservação da Galhofa
A Galhofa é um jogo tradicional das aldeias do concelho de Bragança, foi introduzido no currículo das licenciaturas em Desporto e Educação Física - variante ensino, da Escola Superior de Educação (ESE). Continua a praticar-se nas festas de Natal de Grijó de Parada e Parada.
O jogo esteva em risco de se perder, com a partida dos jovens das aldeias. Actualmente, apenas se pratica em algumas localidades, a título esporádico. Mas é só uma vez, naquele dia e naquela noite, não há treinos, e já é com dificuldade que se arranja gente para participar.
O costume da Galhofa estava integrado nas Festas de Santo Estevão, associada aos ritos de passagem dos mancebos à idade adulta. Era exclusivo do sexo masculino, que realizavam torneios entre aldeias. Os jogos tinham lugar à noite e eram sempre praticados em curral, revestido a palha.
A instituição de ensino está a recolher as técnicas do jogo e a criar um regulamento, uma vez que o jogo não tinha definido, por exemplo, a duração da luta. Estão ainda a desenhar um símbolo e a descrever as técnicas.
Todavia, José Bragada teme que uma “desportivização” da Galhofa possa desvirtuar alguns aspectos do jogo, nomeadamente o seu sentido lúdico, de prazer e de confronto salutar.
Publicado em 'Jornal Nordeste'.
O departamento de Desporto da Escola Superior de Educação (ESEB) já encetou contactos com aquela organização. Segundo José Bragada, professor na instituição brigantina e autor de um estudo sobre o jogo, a Federação mostrou grande receptividade, no entanto será necessário uma implementação mais robusta para isso se concretizar. “Isto significa que é preciso um maior número de praticantes e um treino regular”, explicou o docente.
Na passada quarta-feira, 16, o Departamento de Desporto organizou o III Torneio de Galhofa, com a participação de 14 raparigas e 20 rapazes de vários escalões de acordo com o peso.
Na ESEB estão a procurar alargar a prática da Galhofa, tendo por base a Educação Física Escolar, mas existem algumas limitações “pois não trabalhamos exclusivamente para isso”, admitiu o professor. O processo acaba por ser “bastante lento”, além de que há poucas pessoas profissionais da área da Educação Física e do Desporto com conhecimentos deste jogo.
A prática da actividade está a aumentar e ganhar cada vez mais adeptos. Para além da abordagem da ESEB, como uma disciplina do curso de Desporto, este ano lectivo, por intermédio dos estagiários da Variante de Educação Física, começou a ser praticada nas escolas Paulo Quintela e Augusto Moreno. Não foi uma implementação abrangente a todas as turmas, mas apenas às turmas onde havia estagiários atribuídos (cerca de 20). “Pelos relatos dos estagiários os alunos aderiram bem a este jogo e participaram empenhadamente. Para José Bragada este facto reflecte uma boa adesão dos mais jovens para a sua prática. Pelo que no próximo ano vão tentar alargar o publico alvo, propondo a sua abordagem em mais escolas da cidade ou, mesmo, fora.
No departamento de Desporto da ESEB o trabalho actual centra-se na preservação da Galhofa e, principalmente, no seu reconhecimento como uma actividade desportiva-corporal tradicional característica da região transmontana, “reflectindo traços de um povo de ‘lutador’, sério e trabalhador, que foi capaz de transformar uma actividade tipicamente associada à agressividade e violência num confronto corporal leal e justo”, explicou José Bragada.
Departamento de Desporto da ESEB aposta na preservação da Galhofa
A Galhofa é um jogo tradicional das aldeias do concelho de Bragança, foi introduzido no currículo das licenciaturas em Desporto e Educação Física - variante ensino, da Escola Superior de Educação (ESE). Continua a praticar-se nas festas de Natal de Grijó de Parada e Parada.
O jogo esteva em risco de se perder, com a partida dos jovens das aldeias. Actualmente, apenas se pratica em algumas localidades, a título esporádico. Mas é só uma vez, naquele dia e naquela noite, não há treinos, e já é com dificuldade que se arranja gente para participar.
O costume da Galhofa estava integrado nas Festas de Santo Estevão, associada aos ritos de passagem dos mancebos à idade adulta. Era exclusivo do sexo masculino, que realizavam torneios entre aldeias. Os jogos tinham lugar à noite e eram sempre praticados em curral, revestido a palha.
A instituição de ensino está a recolher as técnicas do jogo e a criar um regulamento, uma vez que o jogo não tinha definido, por exemplo, a duração da luta. Estão ainda a desenhar um símbolo e a descrever as técnicas.
Todavia, José Bragada teme que uma “desportivização” da Galhofa possa desvirtuar alguns aspectos do jogo, nomeadamente o seu sentido lúdico, de prazer e de confronto salutar.
Publicado em 'Jornal Nordeste'.