25 setembro, 2013

IPB matricula 1359 novos alunos na primeira fase


Na primeira fase de matrículas, o Instituto Politécnico de Bragança registou 1359 novos alunos.
Do concurso nacional de acesso entraram, apenas, 325 novos estudantes, os restantes, 1034, ingressaram através dos concursos locais promovidos pela própria instituição.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, diz que este é o resultado da promoção que o instituto tem vindo a fazer fora da região. “Só dos concursos locais ultrapassámos um milhar de alunos. São concursos ao nível dos cursos de mestrado, detentores de especialização tecnológica e maiores de 23, são os chamados novos públicos, sobre os quais o IPB está a ter uma grande capacidade de recrutamento. E esse recrutamento não está a ser realizado só na região, mas estamos a conseguir trazer alunos do litoral para o interior. Grande parte deste milhar de alunos são de fora da região”, garante o presidente do IPB.
Sobrinho Teixeira espera agora um aumento do número de alunos na segunda fase de candidaturas. “Vamos agora ter a segunda fase, quer do concurso nacional, quer dos concursos locais. Do concurso nacional não estou muito esperançado. Eu acho que com a política que está a ser seguida irá determinar novamente uma redução global do número de alunos a entrar nas instituições de ensino, nomeadamente nas áreas que o país mais necessita, como é o caso das engenharias”, afirma Sobrinho Teixeira.
Na primeira fase de matrículas o IPB já preencheu 1359 vagas das cerca de 1800 que foram inicialmente abertas.

Publicado em 'Rádio brigantia'.

20 setembro, 2013

Bem-vindos caloiros

A Localvisão TV foi até ao Instituto Politécnico de Bragança conhecer os novos estudantes em atividades de integração


Exibido em 'LocalvisãoTV'.

IPB inovou e a aposta foi ganha com mais 1500 alunos


As filas que se formavam à porta do edifício onde se processavam as matrículas dos novos alunos do Instituto Politécnico de Bragança já esta semana deixavam adivinhar que algo não batia certo entre os números divulgados pelo Governo relativos ao concurso nacional de colocação de estudantes no Ensino Superior.
As imensas filas que se faziam sentir, apesar do sistema montado propositadamente para esta ocasião, indicavam mais massa humana do que a prevista, “Para além do concurso nacional, tivemos mais 1455 alunos do concurso local”, adiantou ao Mensageiro Anabela Martins, a responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem do IPB.
Estes vêm juntar-se aos mais de 400 que entraram na primeira fase do concurso nacional. “Só dos cursos de especialização tecnológica (CETs) entraram, na primeira fase, quase 800 alunos”, indicou.
Afinal há almoços grátis
Anabela Martins lamenta que se venha perdendo a aposta no ensino superior, pois Portugal tem apenas 17 por cento de licenciados, contra os 32% da OCDE. Mesmo assim, o IPB deverá manter cerca de sete mil alunos.
Como se disse, os novos aproveitaram as últimas duas semanas para afazer a sua inscrição e as surpresas começavam ainda na autoestrada. “Colocámos uma tarja com a indicação da saída correta, de forma a que quem não conhecesse não tivesse de passar pelo pórtico das portagens desnecessariamente”, explicou Ricardo Pinto, presidente da Associação Académica do IPB. A partir desse sinal, o caminho estava todo sinalizado até à escola. “Facilitou muito. Não foi preciso pôr a morada no GPS, viemos cá dar direitinhos”, confessava Fernando Lopes, que veio de Aveiro trazer o seu filho. “Agora já sei o que o meu pai sentiu quando me entregou assim”, desabafou, enquanto o filho, Fábio, cumpria o ritual. primeiro, uma foto tipo passe de “mais um boémio. Depois, toda a parte burocrática, que teve de enfrentar sem a ajuda paterna. “É uma forma de eles começarem a ganhar autonomia. Como não têm de fazer pagamentos, os pais aceitam bem”, explicou Dina Macias, do IPB. A mesma responsável adianta que este ano foi a primeira vez que as matrículas funcionaram no novo edifício dos Serviços Gerais do IPB. “Tivemos a preocupação que os estudantes estivessem sentados durante a espera”, por exemplo, diz a professora, sobre as novidades.
Houve também uma colaboração estreita com a Associação Académica, que também ofereceu um kit aos novos alunos, que inclui, entre outras coisas, contactos de emergência “disponíveis 24 horas por dia”, segundo Ricardo Pinto, e senhas para almoço ou jantar “para o aluno e os seus acompanhantes”. “Assim evitamos que desperdicem dinheiro em cafés e já ficam a conhecer a cantina, onde até se come bem”, frisa o líder estudantil.
Depois do preenchimento dos papéis para o cartão de estudante, os novos alunos recebem outro kit do GIAPE, com merchandising da instituição. Fábio Lopes depressa se sentiu encaminhado, ele que concorreu para design de jogos de video, em Mirandela, como primeira opção.
A forma como as matrículas estavam organizadas merecia rasgados elogios por parte de alunos e pais, até porque o cuidado com eles incluía um parque de estacionamento especialmente liberado para o efeito. No final do processo, os caloiros eram recebidos por elementos das associações de estudantes das respetivas escolas. “Estamos a receber os caloiros para os orientar para o Instituto. Somos da Associação de Saúde. Estamos a explicar como vai ser a praxe, o curso, etc”, explicaram Inês Marcos e Vítor Dias ao Mensageiro.

Publicado em 'Mensageiro de Bragança' de 19 setembro 2013.

13 setembro, 2013

Falta preencher 1420 vagas nos cursos do IPB


O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) preencheu apenas 23% das vagas disponibilizadas para o ano lectivo 2013-2014. Segundo os resultados das colocações da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso, conhecidos na segunda-feira, nesta instituição ainda há para preencher 1420 vagas num total de cerca das 1800 disponíveis. A segunda fase de acesso está agora em marcha.
O presidente do IPB admite que a redução do número de alunos é uma realidade, tanto mais que este ano houve menos cinco mil jovens a candidatar-se ao ensino superior. Todavia, garante que no caso da instituição brigantina “não há motivo para preocupação”, porque à semelhança dos anos anteriores as vagas vão ser supridas com as entradas de outros regimes, como os alunos dos Cursos de Especialização Tecnológica e os Maiores de 23. “Tivemos uma redução de menos 130 candidatos nesta primeira fase, mas com os alunos de outros regimes já temos o dobro desse número”, explicou Sobrinho Teixeira. Ainda assim, o responsável não poupa críticas à política que está a ser seguida para o ensino superior, que afasta estudantes. No ano passado foram 150 mil alunos frequentaram o ensino secundário, dos quais 95 mil queriam prosseguir estudos, mas apenas 40 mil foram colocados.

“Ora, isto é um desperdício”, atesta o presidente do IPB, quando a entrada destes no ensino superior não significava mais peso no financiamento por parte do Estado. Além de que os inquéritos às famílias portuguesas revelam que estas só não estão disponíveis para cortar nas despesas com a alimentação e a educação dos filhos.
“Não se está a investir na qualificação, ainda que todos os relatórios europeus apontem que Portugal precisa de mais gente qualificada”, refere o responsável.
Se para o IPB a situação ainda não é preocupante este ano, Sobrinho Teixeira diz que o será para todas as instituições nacionais a médio e longo prazo, “a menos que se faça uma mudança de política”.
Sobre a falta de emprego, que afecta sobretudo os jovens licenciados, o presidente do IPB admite que é uma realidade, que obriga muitos a emigrar e que a falta de trabalho é um problema mais grave entre os jovens não qualificados. No entanto, no seu entender “é melhor emigrar com qualificações do que sem elas como sucedia nos anos 60, em que os portugueses partiam e iam fazer os trabalhos que mais ninguém queria” nos países receptores.
Lamentado que se esteja a criar uma geração “nem, nem”, ou seja “que nem estuda, nem trabalha”, Sobrinho Teixeira vaticina que a “herança que vamos deixar aos mais novos será mais pesada do que a dívida do país”.

Publicado em 'Mensageiro de Bragança'.

Politécnicos com maior empregabilidade entre pós-graduados


Aproximidade às empresas, tanto em termos de comunicação permanente como geográficos, a formação à medida assim como a duração da formação parecem constituir os trunfos para o politécnico conseguir resultados positivos. No entanto, no geral, os pós-graduados têm motivos para sorrir: quanto mais apostam na formação mais cresce a remuneração, com um prémio em média de mais de 50%, segundo dados da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
Em Portugal, embora o número de estudantes do ensino pós-graduado tenha crescido signfficativamente nos últimos anos, permanece relativamente baixo em termos europeus, de acordo com uma análise efetuada pelo Center for Higher Education Policy Studies, CHEPS, em 2013. Os estudantes de mestrado constituem cerca de 8% dos estudantes nas universidades públicas, apesar de as principais instituições de ensino em Lisboa e Porto terem percentagens de inscrições nas pós-graduações e mestrados em ciências e tecnologias na ordem dos 20%. Em 1990, havia 3237 alunos de mestrado (222 em universidades privadas), subindo para 11 422 (1670 nas universidades privadas) até 2004 e 3162 estudantes formados em programas de mestrado em 2004 (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, OECD, 2006).
O número de doutoramentos atribuídos por universidades portuguesas durante o período 1990 até 2004 aumentou quase quatro vezes, mas em simultâneo diminui o número de portugueses doutorados no estrangeiro. A mobilidade dos estudantes consta dos objetivos mais focados da expansão recente dos ciclos de estudos de pós-graduação, na sequência de adequação ao Processo de Bolonha [iniciou-se informalmente em Maio 1998, com a declaração de Sorbonne e arrancou oficialmente com a Declaração de Bolonua em Junho de 1999 que define um conjunto de etapas e de passos a dar pelos sistemas de ensino superior europeus no sentido de construir um espaço europeu de ensino superior globalmente harmonizado. No entanto, a questão financeira do mestrado integrado leva muitos estudantes a concluírem a pós-graduação na mesma instituição onde se licenciaram.
Outras perspetivas do Processo de Bolonha parecem tornar-se, aos poucos, realidade, a saber: a formação ao longo da vida ou pós-experiência profissional. Parece haver uma tendência para o aumento do número de indivíduos que concluem o 10 ciclo de ensino superior, depois de estarem integrados no mercado de trabalho, segundo um estudo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3SE) de 2012. No caso da obtenção de qualificações ao nível do 2° ou 3° ciclo do ensino superior existirá, segundo o mesmo estudo, alguma tendência para o reforço do número de indivíduos que obtêm qualificações destes níveis, estando já integrados no mercado de trabalho, o que mais uma vez corresponde ao preconizado pelo Processo de Bolonha.
Neste caso deteta-se um pico em 2006 que poderá estar associado ao processo de transição dos diversos planos de estudo para o sistema de Bolonha, o que terá permitido a obtenção de diplomas de 2° e 3° ciclo. No contexto específico português, marcado por taxas muito elevadas de abandono escolar, o esforço de recuperação do défice de qualificações, terá que passar não só pelo reforço das qualificações das novas gerações mas, também, por um esforço de qualificação de indivíduos já inseridos no mercado de trabalho com baixas habilitações.
Verifica-se um prémio de remuneração associado às habilitações escolares mais elevadas, mas com alguma tendência de redução para os diplomados que entram pela primeira vez no mercado de trabalho (+73% em 2002 e + 40% em 2009). Este prémio» tem vindo a perder relevância ao longo dos últimos anos para os diplomados com bacharelato e licenciatura (no caso dos licenciados ÷77% em 2002 e +39% em 2009). Para os diplomados com doutoramento, o prémio na remuneração é claramente superior ao verificado para a licenciatura e para o mestrado (em 2009 + 121% de remuneração média no caso dos doutorados e +52% e +39%, respetivamente, para os mestres e licenciados). Esta situaçáo na remuneração dos indivíduos com mestrado e doutoramento tem-se mantido relativamente estável. O padrão evidenciado parece sugerir que a implementação de Bolonha poderá ter conduzido a uma certa desvalorização do 1.0 ciclo no mercado de trabalho.
No que conceme ao desemprego entre os diplomados com grau de mestre, a Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) aponta para, em 2013, de um total de 7633 pessoas desempregadas com grau de mestre, 6,5% dizem respeito ao ensino politécnico público e 2,9 % ao ensino privado. No caso do ensino universitário público, os mestres atingem os 71,9% de desemprego (4801 pessoas) e 18,8% no ensino privado universitário (1.254 pessoas). Um estudo promovido pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos Portugueses, CCISP, no qual participaram sete institutos politécnicos, revelou que estas instituições são responsáveis pelo emprego de mais de 12% da população ativa, o impacto instituições nas respetivas regiões varia entre os EUR27 milhões e os EUR171 milhões e o peso médio no PIB varia entre os 5% e os 11% da região onde estão inseridas.
Em jeito de conclusão, citando os autores do estudo Empregabilidade no Ensino Superior em Portugal da autoria de José Luís Cardoso, Vítor Escária, Vítor Sérgio Ferreira, Paulo Madruga, Alexandra Raimundo e Marta Varanda, da A3SE: ...o aumento do nível de desemprego entre os jovens diplomados pode constituir um desincentivo à procura de qualificações mais elevadas por parte dos jovens portugueses, o que terá, necessariamente, consequências graves seja em termos macro, com a diminuição do capital humano dos ativos, com reflexos sobre a produtividade e sobre o potencial de crescimento da economia portuguesa, seja em termos micro, diminuindo a empregabilidade e aumentando riscos de exclusão dos menos qualificados.
Uma análise mais aprofundada deste problema é fundamental, seja para evitar as conclusões simplistas e perigosas em termos dos potenciais efeitos sobre as decisões dos indivíduos, seja porque o conhecimento sobre o mesmo pode orientar as decisões de políticas públicas, que permitam compatibilizar as necessidades de promover uma recuperação dos níveis de qualificações dos ativos portugueses com a racionalização da utilização dos recursos públicos, sempre escassos.

Publicado em 'AULP'.

10 setembro, 2013

Instituições com menos alunos esperam recuperar na segunda fase


Atracção de públicos alternativos evita situação de emergência no ensino superior face à quebra do número de candidatos. Governo insiste na necessidade de racionalização da rede
A redução do número de alunos colocados no ensino superior na primeira fase do concurso nacional ainda não é dramática para as instituições. Os responsáveis das universidades e dos institutos politécnicos onde entraram menos novos estudantes acreditam que as próximas fases de acesso e os concursos especiais ajudarão a compensar a perda registada. Face aos números conhecidos no fim-de-semana, o Governo volta a insistir na necessidade de racionalizar a rede de ensino superior.
"Não estou excessivamente preocupado", resume o presidente do Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira. "Temos conseguido colmatar essa diferença com a captação de novos públicos", diz. Aquela instituição é uma das que tiveram uma menor taxa de entrada de novos alunos na primeira fase do concurso nacional, tendo preenchido 23% das vagas disponíveis - pior só o Politécnico de Tomar, com 20%.
No entanto, o concurso nacional está longe de ser a única fonte de novos alunos na instituição. Pouco mais de metade dos estudantes são colocados por esta via, havendo ainda que contabilizar as entradas dos concursos locais, os concursos especiais e o acesso de estudantes estrangeiros, que nos últimos anos têm trazido mil novos inscritos por ano naquele instituto superior. A estes juntam-se os alunos que acedem ao ensino superior pela via dos Cursos de Especialização Tecnológica que este ano voltaram a acrescer (mil candidatos, mais 300 do que no ano anterior). "No final, o número de alunos até será superior ao do ano transacto", antecipa Sobrinho Teixeira.
A expectativa é partilhada por Rosa Maria Goulart, vice-reitora da Universidades dos Açores, sublinhando que há 270 vagas para preencher naquela universidade nos concursos locais, mais do que o número de lugares sobrantes depois da primeira fase. Naquela universidade foram preenchidas 61% das vagas, ao passo que no Algarve esse número ficou pelos 53% de vagas preenchidas, o mais baixo entre o subsector universitário. Ainda assim, as segunda e terceira fases "têm permitido preencher as vagas oferecidas pela instituição", avança fonte da instituição. No ano passado, a totalidade das inscrições no primeiro ano, juntando concurso nacional e especiais, atingiram 1640 alunos, num total de vagas de 1653.
Ontem, à margem de uma visita a uma escola na Moita (ver caixa), o ministro da Educação, Nuno Crato, defendeu que as instituições de ensino superior têm de "repensar a sua oferta", particularizando os casos de cursos em que não existem candidaturas. "Já tomámos medidas para que os cursos com apenas dez alunos não reabrissem e agora, depois de conhecer resultados da segunda e terceira fases, vamos ter de voltar a tomar medidas", prometeu. Crato insistiu também na "necessidade de uma reestruturação da rede", que tem de ser feita "em colaboração com as instituições de ensino superior".
Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior "mostram como é ainda mais urgente debruçarmo-nos sobre o país que queremos ter", afirma o antigo ministro da Educação Júlio Pedrosa. "Queremos um país a cair para o Atlântico, com o interior desertificado?", questiona o catedrático, que também presidiu ao CNE. Pedrosa fala na existência de um "deserto demográfico" no interior, que ajuda a explicar este fenómeno.
A esta explicação, o presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, Alberto Amaral, acrescenta outra. Os resultados da primeira fase do concurso nacional podem explicar-se pela "falta de eficiência no secundário". "Há um número muito significativo de alunos que por diversas razões não continuam para o superior: reprovação, desistência, mudança para o mercado de trabalho", aponta.

Publicado em 'Público'.

Politécnico de Bragança diz que políticas de acesso impedem qualificação de jovens


O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, atribui hoje a falta de procura de alguns cursos às políticas de acesso ao Ensino Superior, que considera estarem a impedir os jovens de se qualificarem.
O politécnico de Bragança consta entre as instituições de Ensino Superior com mais cursos (11) sem qualquer aluno colocado na primeira fase de acesso ao Ensino Superior, em que um total de 66 cursos por todo o país ficaram desertos, quase todos a funcionar em institutos politécnicos e na área das engenharias.
"Continuamos a analisar as instituições e o país tem de olhar é para as políticas a nível de acesso ao Ensino Superior", defendeu, considerando que a forma como o Ensino Superior está a ser encarado revela "falta de sentido de Estado".
O dirigente notou que as áreas de que Portugal mais precisa, como as engenharias, ficam desertas, o que atribui não a um problema da oferta, mas a "uma disfunção entre a aprendizagem e a avaliação que é feita da aprendizagem" dos jovens.
"Faria sentido analisar a avaliação que está a ser feita aos jovens", insistiu.
Sobrinho Teixeira lembrou que existem em Portugal "150 mil jovens em condições e acederem ao Ensino Superior, desses, 95 mil mostraram-se disponíveis para se candidatar e só 40 mil o puderam fazer".
"Há aqui um desperdício enorme", considerou.
Para o presidente do IPB, a actual situação "está a impedir os jovens de se qualificarem, de entrarem nas áreas de maior empregabilidade e a empurrá-los para cursos onde o desemprego é já assinalável".
Sobrinho Teixeira lembrou ainda que "Portugal tem uma das mais baixas frequências de Ensino Superior da Europa" e aquilo a que se assiste é "a uma redução de candidatos".
"O país vai pagar caro por isso", afirmou, defendendo que "esta herança será pior para a geração vindoura do que a dívida (pública)" e lamentando que "a única solução para os jovens seja a emigração, a fazerem os serviços mais desqualificados da União Europeia".
"Portugal devia apostar na qualificação que pode conseguir um aumento da produtividade e da competitividade e o que estamos a assistir é exactamente o contrário", declarou.
No caso do Politécnico de Bragança, o presidente da instituição garantiu que não perspectiva o encerramento de cursos e que a perda de 130 alunos nas entradas da primeira fase de acesso ao Ensino Superior, comparativamente ao último ano lectivo, "já foi ultrapassada no dobro por outros regimes", como os cursos tecnológicos.
O presidente do IPB acredita também na "capacidade de captação de estudantes estrangeiros" e de outros públicos, como os maiores de 23, para manter os sete mil alunos em mais de um centena de cursos espalhados por cinco escolas superiores em Bragança e Mirandela.

Publicado em 'SOL'.

09 setembro, 2013

Cooperativa de Alfândega da Fé quer melhorar amendoal


A Cooperativa de Alfândega da Fé vai apostar na melhoria da qualidade da amêndoa produzida no concelho. Para tal vai desenvolver um projecto de investigação em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança para estudar as melhores variedades que se adaptam à região.
O campo experimental vai avançar no Outono e desenvolver-se durante cinco anos. “Queremos potenciar a plantação de novos amendoais para fazer a renovação dos pomares tradicionais com variedades bem adaptadas à nossa região”, explica o presidente da direcção da cooperativa. Para tal “surgiu a ideia de criar um campo de investigação selecionando variedades novas e podermos ver o seu desenvolvimento”.
Eduardo Tavares acrescenta que para desenvolver este estudo vão ser plantados novos amendoais em áreas de sequeiro e de regadio. “A área ainda não está definida mas pode ir até aos cinco hectares e fazemos fazer o estudo das variedades em regime de sequeiro e de regadio, com vários tipos de poda e as fertilizações adequadas para ver a evolução da produção no nosso clima”, afirma.
O docente do IPB responsável pelo projecto adianta que além deste estudo também vai ser dada formação aos agricultores sobre as melhores técnicas de cultivo. “Assim que formos tendo informação vamos disponibilizando aos agricultores”, refere José Alberto Pereira, acrescentando que “vamos tentar fazer alguma formação aos agricultores, no próximo ano, sobre fertilidade do solo e irrigação”.
Um estudo experimental só deverá ter resultados dentro de cinco anos para melhorar a qualidade da amêndoa produzida em Alfândega da Fé.

Publicado em 'Rádio Brigantia'.