27 junho, 2014

El Máster de Oro CEU-CyL 2014 se concede al Instituto Politécnico de Bragança

La Escuela de Negocios San Pablo CEU clausura 2 másters y su programa de formación continua
La Escuela de Negocios San Pablo CEU de Castilla y León cierra este viernes el período lectivo de sus programas máster MBA-Internacional y Mantenimiento Industrial y su oferta de programas de formación continua, que se han desarrollado en Valladolid durante el curso académico 2012-13.
Los estudiantes han realizado una buena parte de sus sesiones académicas en diferentes firmas mercantiles e instituciones con las que la Fundación San Pablo CEU mantiene acuerdos de colaboración, gracias a las cuales los alumnos han tomado contacto directo con los ejecutivos y directivos de algunas de las principales empresas y entidades profesionales de Castilla y León.
Para potenciar su clara vocación internacional, se realizaron visitas a universidades, instituciones y empresas en Pau (Francia) y en Bragança y Aveiro, en Portugal.

Galardón
El galardón Master de Oro CEU-CyL supone un reconocimiento a la trayectoria profesional y los méritos empresariales y pretende recompensar a las entidades cuya actividad y saber hacer repercute positivamente en la sociedad castellano-leonesa y su entorno.
En esta edición, la distinción recayó en el portugués Instituto Politécnico de Bragança, uno de los más prestigiosos centros universitarios del país vecino. João Sobrinho, presidente-rector es el encargado de recoger el certificado de acreditación correspondiente.
Durante el evento intervendrá también Raúl Díez Sampedro, director general de Grupo Norte, padrino de esta promoción; y será clausurado por Mercedes Cantalapiedra, teniente de alcalde del Ayuntamiento de Valladolid; y Raúl Mayoral Benito, adjunto a la Presidencia de la Fundación Universitaria San Pablo CEU.

Publicado em 'Castilla y León Económic'.

“O país para ter uma resposta económica tem de ter indústria e para isso tem de ter engenharia”

João Sobrinho Teixeira - Presidente do IPB
De acordo com os últimos dados de acesso ao ensino superior, a engenharia foi uma das áreas menos procuradas pelos candidatos, existindo mesmo situações de cursos sem qualquer aluno colocado. A redução do número de vagas face a 2012 não impediu que as instituições perdessem alunos, com uma quebra mais acentuada nos institutos politécnicos. Que análise faz desta situação? Quais as implicações imediatas e a longo prazo?
Podia fazer um discurso político no sentido de dizer duas ou três coisas com maior ou menor grau de banalidade e responder à questão, mas é melhor ser sincero e dizer as coisas como elas são.
A diminuição de vagas é inoquoa. As vagas foram diminuídas nas instituições que já não preenchiam vagas em anos transatos e isto só teria efeito nas instituições que preenchem as vagas todas.
Em relação à atratividade não acho que haja uma redução. Acho que hoje em dia a engenharia é vista como uma qualificação que obtem um menor nível de empregabilidade. Em Portugal fala-se da reindustrialização da economia portuguesa e percebe-se que o caminho para um retorno mais produtivo que alguém pode ter é qualificando-se na área de engenharia. Portanto o problema não está na diminuição da atratividade na área da engenharia, aliás atualmente tem mais atratividade para os estudantes que no passado.
Houve uma altura em que se verificou que outras profissões, em que havia uma perspetiva a nível de emprego público praticamente assegurado, tinham uma atratividade maior. Recordo por exemplo o optar pelo ensino da matemática em vez da engenharia. Também na área da saúde sempre houve a perspetiva de que quem tirasse uma formação na área assegurava um emprego público. Portanto, a engenharia como estava ligada a uma atividade privada ou semi-privada podia ter uma componente de retorno financeiro maior, mas também uma maior componente de risco. Neste momento, a visão de que com uma formação se tem acesso a um emprego público com remuneração aceitável não existe. Contudo, em termos de perspetiva sobre a empregabilidade, com exceção da medicina, a engenharia é vista como a profissão que mais retorno pode ter.
A perceção que tenho é que um bom aluno que consegue ultrapassar as diversas etapas de acesso ao ensino superior, primeiro tenta a medicina e depois a engenharia. A questão é que, infelizmente para o país, há poucos alunos a conseguir acabar as disciplinas de matemática e físico-química. A atratividade de engenharia é grande e os alunos gostariam de ir para engenharia, o problema é que não conseguem entrar.

E porque é que não conseguem? 

Não sei o que está mal, mas há nitidamente um desfasamento entre o que é ensinado e apreendido ao longo dos 12 anos e o que é avaliado numa prova. Das duas uma: ou a prova se encontra desfasada face ao que é ensinado mas está certa face ao que é exigido e o problema está naquilo que se ensina nos 12 anos, ou a prova apresenta um nível superior de exigência face ao que é razoável para tirar um curso e a aprendizagem conseguida nos 12 anos. Se fizermos esta análise podemos estar a contribuir para que no futuro haja mais gente em engenharia.
Não estou com isto de defender uma ou outra, estou é a mostrar a incongruência do sistema. Se analisarmos o número de alunos que entrou em 2005 no ensino superior este não chegou a 40 mil, já o numero dos que entraram em 2007/2008/2009 centra-se entre os 54 a 56 mil, ou seja mais quinze mil alunos, a partir daí notamos uma redução no número de entradas que este ano voltou a aproximar- se do ano de 2005. Para mim isto tem a ver com a maior ou menor dificuldade da prova de acesso colocada aos alunos.
Penso que temos de discutir de que forma vamos conseguir aumentar o nível de aprendizagem do sistema de ensino e verificar se estamos ou não no caminho da melhoria continua. Os últimos indicadores dizem que sim, que o conhecimento dos alunos em matemática e química tem aumentado relativamente ao que tem acontecido em outros países. Há ainda que ter em atenção que o aumento da dificuldade no exame por si só não gera um aumento da aprendizagem dos alunos. O exame é um dos meios para fazer a avaliação dos alunos e é um fator positivo, mas a reprovação em si própria não pode ser uma cultura. Ou seja, o professor e o sistema não é melhor quanto maior a dificuldade que resulte num maior nível de reprovação, pelo contrário é melhor quanto maior for no ensino de aprendizagem.
Temos ainda de ter orgulho na engenharia que é feita, seja ela com alunos que entraram com mais dificuldade, seja com alunos que entraram com menor dificuldade. Com uma ou com outra verificamos um bom nível de empregabilidade no estrangeiro. Quando se fala dos engenheiros portugueses que vão para a Alemanha, Suécia, Inglaterra, em situação de concorrência com os engenheiros espanhois, italianos, estes não têm preferência por serem portugueses e se estão a ser bem aceites é sinal que há uma qualificação boa que é feita em Portugal. Acho que o sistema, as instituições e os alunos estão a conseguir responder positivamente.
Temos também de aceitar que a entrada de alunos com um sistema facilitado se traduza num maior insucesso nos primeiros anos de engenharia. Todo o aluno que acaba o secundário na Bélgica pode candidatar-se ao ensino superior sem que haja um filtro. O nível de insucesso aproxima-se dos 40% no 1º ano mas é assumido pela sociedade pois o objetivo da Bélgica é ter muita gente qualificada no superior. Conseguem ainda que os jovens tenham mais motivação para continuar a estudar estando já no superior do que se efetuassem um filtro à entrada que vai fazer com que não consigam entrar e depois desistam de o fazer.
Voltando à questão dos exames, até agora há uma boa resposta da engenharia porque a empregabilidade dos engenheiros fora do país é bem aceite e mostra a sua capacidade. Portanto, o que era importante verificar é se o que está mais desfasado é a aprendizagem ou se é a dificuldade do exame. Podiamos dar a nossa prova a alunos estrangeiros e verificar a resposta deles mas ninguém tem coragem de colocar isto em cima pois têm medo de parecer pouco exigentes inteletualmente. O resultado disso é que o próximo ano letivo vai ser pior nas entradas. O número de jovens em engenharia tem vindo a reduzir, ou seja o efeito do aumento da dificuldade tem-se traduzido na exclusão das pessoas e não no aumento da aprendizagem o que leva os jovens a desistir dos cursos de engenharia e a seguir para cursos com pouca empregabilidade, que o país não precisa mas que é aquele que facilita a entrada.
Daqui a uns anos vamos ver o que vai acontecer quando estiver muita gente na área das ciências sociais, da comunicação, que não dão resposta em termos de produtividade do país.

De que forma se pode combater esta situação? Que estratégias se podem acionar? 

Como referi, uma das formas seria olhar para a questão dos exames e analisar. Outra seria fazer uma demonstração das potencialidades de uma formação em engenharia.

Isso entronca numa questão essencial que é o papel da OE na visibilidade da engenharia. A OE quer ter um papel mais ativo neste campo. como podem existir sinergias entre instituições no sentido de facilitar o reconhecimento profissional? 
Mais que ninguém cabe à OE o desenvolvimento da visibilidade da engenharia. Deve ser a própria Ordem a referir os casos de sucesso que existem e fazer uma apologia do nível da engenharia portuguesa que é conseguido e que dá cartas em todo o mundo.
Na minha opinião este papel tem de ser assumido em conjunto com as universidades que também procuram perceber o caminho que seguem os seus formados. Mostrar a oferta que existe e a diferenciação entre as instituições é bastante positivo, não só para os alunos como para uma apologia social da engenharia portuguesa.
Isto não significa que se vai resolver alguma coisa no número de entradas para os cursos de engenharia. Não devemos ficar presos na questão dos exames, mas fazer a apologia nacional e internacional do nível da engenharia portuguesa. Se mostrarmos a enorme capacidade de resposta que os nossos jovens estão a ter no país e no estrangeiro temos uma boa carta de recomendação e haverá aqui uma dinâmica positiva para que mais jovens enveredem pela área da engenharia, mas volto a referir que não é o suficiente. Estes dois pontos, valorização da profissão e exames de acesso, devem ser vistos numa lógica de complementariedade.

A Engenharia civil foi dos cursos mais penalizados. Na sua opinião o que contribuiu para isso? A crise explica tudo?
Acho que sim. Não vejo mais nenhuma razão para que engenharia civil tenha tido uma quebra maior que as outras engenharias a não ser a visão de que sendo a Engenharia Civil uma atividade empresarial muito ligada a ciclos económicos de crescimento ou recessão e como as obras públicas pararam e a construção deixou de existir a visão que passou para a opinião pública foi de recessão económica e de grande nível de desemprego. Portanto isto deveu-se muito em resultado da crise e não por menor capacidade das pessoas em engenharia civil. O nível da Engenharia Portuguesa sempre foi considerado muito bom e não é agora que o vai deixar de ser. O que me admira é que uma área ligada, a Arquitetura, não tenha tido a mesma resposta, e tem um nível de empregabilidade mais baixo que a engenharia civil.

Há quem afirme que formação em engenharia civil estava muito vocacionada para o emprego interno, enquanto outras engenharias tinham uma visão mais alargada para o nível internacional. Partilha desta opinião? Acha que pode ser um condicionante?
Pode ser na empregabilidade que existia e na sua repentina diminuição. Ao longo dos anos a área que tinha mais emprego era a civil, ou seja , o nível de crescimento económico que o país tinha e o investimento em obras públicas era muito grande e portanto os engenheiros civis eram muito requisitados. O crescimento económico que o país estava a ter ao nível das obras públicas, pela introdução dos fundos comunitários e mesmo ao nível privado era enorme e desta forma os alunos eram todos absorvidos. Não se estava a prever a crise em que o país podia entrar.
O mercado interno absorvia tudo e portanto não havia a necessidade de introduzir outras valências em que não se via utilidade. Claro que agora isto tem de ser repensado. A área da engenharia civil tem ainda a dificuldade de estar muito ligada à legislação e às regras estabelecidas em cada país e que são diferentes, portanto obriga a outro tipo de preparação. As outras engenharias são mais ligadas a um processo universal e não estão tão sujeitas às normas de cada país.

Não podendo generalizar esta situação a todas as áreas de engenharia, quais os cursos que considera com maior potencial na área de emprego e especificamente aqui no politécnico?
Na área da informática o potencial é grande e a engenharia mecânica é hoje em dia dos cursos mais pretendidos. Os cursos de gestão industrial são também muito adequados pois estão muito adaptados para dar resposta às necessidades do país.
O IPB tem em atenção todas estas variáveis e prepara os alunos para a realidade da região e do país. Neste aspeto uma engenharia com fator de universalidade tem uma maior empregabilidade. Ao nível da agronomia também temos verificado um bom nível de empregabilidade. Apesar da área agricola ser uma área pouco estimada e normalmente pouco pretendida começam a notar-se as suas potencialidades e por isso começa a ser procurada. Por exemplo o vinho foi o sector agrícola que mais cresceu e mais evoluiu, muito graças à enologia e à capacidade de se fazer vinho.

A multiplicidade de cursos de engenharia existente a nível nacional será coadunante com as exigências do mercado europeu? E com os restantes?
Acho que deve haver uma regulação das áreas de engenharia. É bom para os jovens e para o sistema. A criação de cursos atípicos da engenharia relaciona-se com a tentação das instituições em captar os jovens para a área da engenharia afirmando-os como uma engenharia diferente e com uma maior empregabilidade. Contudo o que se verifica é que a maior parte das engenharias são na sua essência repetidas e isso leva a uma descaraterização do próprio grau e nem é benéfico para o país.

Sendo do conhecimento público que as instituições de ensino superior passam por momentos conturbados devido à diminuição de financiamento e restrições de autonomia de gestão. como é que o IPB tem reagido a esta situação? 
Temos de ser sinceros. A partir do momento em que há uma redução do financiamento, cerca de 30% ao longo dos últimos anos, a qualidade do ensino é afetada. Também não era aceitável para ninguém que no meio de um esforço tão grande que o país está a fazer o ensino superior passasse à margem. É necessário perceber que há menos qualidade no setor da saúde como há no ensino superior, que resulta da quebra no financiamento, temos de ver de que forma vamos atuar.
No IPB temos procurado aumentar as receitas próprias, conseguir projetos de investigação e cativar alunos estrangeiros. Neste momento num universo de 7000 alunos cerca de 2000 são alunos estrangeiros o que demonstra a qualidade da instituição. Bragança tem um custo de vida baixo, uma boa qualidade de vida e uma grande vantagem de internacionalização, estas razões fizeram com que uma das opções estratégicas do Instituto fosse a internacionalização.

Na sua opinião, de que forma a Engenharia portuguesa pode contribuir para solucionar a crise económica financeira que se vive no país?
A Engenharia Portuguesa é dos setores com maior capacidade de resposta. Portugal tem uma grande capacidade ao nível do sector agricola. O turismo é também uma das áreas com maior capacidade de expansão. Contudo, apesar das grandes potencialidades temos de ser realistas e admitir que não é suficiente. O país para ter uma resposta económica tem de ter indústria e para isso tem de ter engenharia. O país não vai dar resposta à crise só com a agricultura e o turismo, setores em crescimento, tem de produzir do ponto de vista industrial. A solução passa pela reindustrialização do país.
Também tenho algum receio que com poucos engenheiros deixemos de ter engenheiros com capacidade de resposta e proatividade, pois ao serem poucos vão ter um mercado facilitado e isso resulta numa menor qualidade e exigência da engenharia. Será que estamos a qualificar o número de engenheiros que o país irá precisar para a reindustrialização?!

Como tem visto a atuação da OE no exercício da profissão? As engenharias designadas “clássicas” são as que têm mais atos regulados pela legislação nacional. Não deverão os atos de outras engenharias ser também objeto de regulação/reconhecimento?
Era bom que houvesse um exercício corporativo, no bom sentido, da atividade da engenharia para garantir uma maior visibilidade. A OE, por causa da regulação, foi sempre muito mais orientada para a questão da engenharia civil, eletrotécnica e mecânica, contudo não me parece que seja por um acréscimo de regulamentação que se deve caminhar.
Uma intervenção construtiva da OE, até no processo formativo dos engenheiros, uma representatividade corporativa, uma transmissão do valor da engenharia que não fique só na regulamentação das engenharias clássicas e a afirmação da engenharia portuguesa em outros países era muito positivo. A regulamentação deve existir mas deve haver uma representatividade, uma interação com as instituições de ensino no caminho a seguir e numa afirmação do valor da engenharia em Portugal e no estrangeiro.

Publicado em 'INFO nº32'.

Politécnico de Bragança aposta na formação na fileira oleícola


A atividade cientifica da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (ESA/IBP) na fileira oleícola "tem vindo a aumentar significativamente" nos últimos anos, quer pela qualificação do corpo docente, quer pela "'melhoria dos meios materiais", quer, ainda, pela "participação dos docentes" em projetos e redes de investigação mais vastas, garante o presidente da ESA/IPB, Albino Bento. Estão, aliás, "em curso 11 projetos de investigação e desenvolvimento", sendo de destacar os programas PTDC (FCT), PRODER, POCTEP e Conselho Oleícola Internacional, projetos esses que cobrem "toda a fileira".
Em declarações à Vida Económica/Agronews, Albino Bento ainda explica que, neste âmbito do setor do azeite, a ESA/IPB também tem desenvolvido "inúmeras ações ligadas ao ensino, investigação e apoio à comunidade", nomeadamente em parceria com o Instituto Superior de Agronomia da UTL, com o qual lecionaram o mestrado em Olivicultura, Azeite e Azeitona de Mesa.
De igual modo, acrescenta Albino Bento, em parceria com a Universidad Politécnica de Madrid, a Universidade Florença e a Universidade de Ghant, a ESA/IPB desenvolveram e lecionaram o 'intensive programm' "Advanced Topics in Integrated Pest Management", no âmbito do qual "'foram concluídas 16 dissertações de mestrado e oito teses de doutoramento por docentes ou estudantes da ESA/IPB".
Ainda no domínio da atividade cientifica e de investigação na fileira da oliveira, Albino Bento realça que "é relevante no respeitante ao número de trabalhos publicados em revistas internacionais e nacionais com 'referee', em 'proceedings', atas de reuniões cientificas e congressos (12 livros e capítulos em livros, 80 artigos em revistas internacionais com 'referre', 20 artigos em revistas nacionais com 'referre', 36 artigos em atas de congressos internacionais, 38 artigos em atas de congressos nacionais e 22 documentos de divulgação técnica).
Por fim, o presidente da ESA/IPB faz ainda questão de realçar o "apoio à comunidade'" prestado pela Escola que dirige, com "várias atividades desenvolvidas"', nomeadamente no apoio técnico e estudos (aproveitamento hidroagrícola do Planalto Noroeste de Mirandela, DOP Douro, DOP Azeitona de mesa, etc.), análises laboratoriais e a realização de eventos técnico- científicos.

Publicado em 'VidaEconomica'.

Instituto Politécnico de Bragança estuda DOP para o "Azeite do Douro"


A fileira do azeite da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, em parceria com a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, está a trabalhar no sentido de ser definida uma Denominação de Origem Protegida para o "Azeite do Douro", revelou Francisco Pavão à Vida Económica/Agronews.
O objetivo é "potenciar e valorizar os azeites produzidos dentro desta região património mundial da humanidade", tanto mais porque "os azeites comercializados sob a menção DOP 'Azeite de Trás-os~Montes' são 'marca' diferenciadora que os azeites desta região apresentam sob os demais.
Nesta entrevista., o técnico da AOTAD não tem dúvidas: "o futuro do olival transmontano terá que obrigatoriamente passar pela obtenção de azeites de qualidade superior, com caraterísticas organoléticas que lhe permitam ser diferenciado dos demais azeites". E deverá ser também ser "'associada a este tipo de olival uma valorização diferenciadora, atendendo ao seu potencial genético - diferentes cultivares -, à diversidade biológica existente no olival e ao seu contributo sócio-económico.

Publicado em 'VidaEconomica'.

Lista de espera para ‘Farmville’ real

Politécnico de Bragança disponibiliza lotes de terreno
Promover a prática da agricultura biológica na cidade de Bragança é o objectivo do projecto ‘Hortas de Lazer’, uma espécie de ‘Farmville’ – jogo da rede social Facebook – real em que as pessoas são desafiadas a cultivar os seus próprios vegetais.
A iniciativa partiu da Associação Cultural e Recreativa do Pessoal do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) que disponibilizou 32 lotes de terreno com aproximadamente 50 m2 de área cada e com o custo de 20 euros por ano a cada utilizador. O projecto arrancou em Março, mas a adesão foi tão grande que já há lista de espera.
Um dos participantes é Helder Fernandes, de 28 anos: "Sempre tive o bichinho, os meus pais são agricultores", comenta no meio de feijões e alfaces. Os utensílios de trabalho estão a cargo dos utilizadores, mas a água e adubos são disponibilizados pelo IPB.

Publicado em 'cmjornal'.

26 junho, 2014

Temos o melhor Politécnico do país

Estudo encomendado pela União Europeia coloca o IPB no topo do ranking nacional dos Politécnicos, sétima melhor instituição de ensino superior do país
Dois estudos recentes e ambos independentes colocam o Instituto Politécnico de Bragança como uma das melhores e mais influentes instituições de ensino superior de Portugal.
O projeto Multirank, da União Europeia, arrancou em 2011 e começa, agora, a produzir resultados, tendo divulgado as dez melhores instituições de ensino superior de Portugal, de um total de 850 instituições de todo o país que entraram neste estudo.
Com vários parâmetros medidos, como o Ensino e Aprendizagem, a Pesquisa, a Transferência do Conhecimento, a Orientação Internacional e o Envolvimento Regional, o Instituto Politécnico de Bragança foi considerado o melhor politécnico do país, sétima melhor instituição de ensino superior.
“Aparecem as dez melhores instituições europeias e as dez melhores nacionais, que resultam da soma dos cinco indicadores. É um orgulho muito grande, estamos a sentir isso, o facto de o IPB estar entre as dez melhores instituições nacionais e o melhor politécnico a nível nacional”, frisou ao Mensageiro o presidente da instituição, Sobrinho Teixeira.
O mesmo responsável considera que os resultados poderiam ser ainda melhores, com um pouco mais de apoio por parte dos alunos. “Ainda poderíamos subir se o sucesso escolar fosse superior. Na investigação, internacionalização e ligação à região estamos muito bem”, sublinha. Sobrinho Teixeira diz que esta classificação acaba por significar um compromisso maior com a qualidade. “Responsabiliza-nos para nos superarmos cada vez mais e conseguirmos cada vez mais e melhor”, sustenta o docente.
No cômputo geral, o desempenho do IPB é “muito bom”. A produção artística, as spinoff, a mobilidade estudantil, a quantidade de alunos licenciados que ficam a trabalhar na região, o número de citações ou o rendimento obtido junto de fontes locais são alguns dos pontos em que o IPB consegue a classificação máxima (A) deste ranking. Por outro lado, a conclusão de mestrados e a conclusão de mestrados dentro do prazo estipulado são alguns dos pontos a requererem melhorias. O Multirank é uma nova ferramenta de avaliação de instituições de ensino superior mundiais, tendo analisado 850. Está a ser promovido pela União Europeia. A nível nacional, a instituição melhor classificada é a Universidade Nova de Lisboa. Entre as dez melhores aparecem apenas dois politécnicos. O de Bragança, no sétimo lugar, e o de Viana do Castelo, em nono. A nível internacional, a instituição melhor cotada é o Instituto Tecnológico de Zurique, na Suíça.

Publicado em 'MdB'.

Peso do IPB na região é cada vez maior

Por cada euro que o Estado investe no IPB, o Estado consegue um retorno, em cobrança de impostos, de quatro euros.
Não é por acaso que o Instituto Politécnico de Bragança é considerado o melhor do país. O seu peso na economia do Nordeste Transmontano é cada vez maior, como fica patente num outro estudo, realizado a pedido do Conselho Consultor dos Institutos Politécnicos (CCSISP).
De acordo com esse estudo, o de Bragança é o politécnico com maior peso na sua região, chegando mesmo a atingir, pelo menos, os 11 por cento do PIB local. “Esse foi um estudo feito em diversas instituições, nomeadamente no litoral e no Interior e veio demonstrar, de facto, a importância que as instituições de Ensino Superior têm no desenvolvimento económico das regiões onde se inserem. Esse estudo é demonstrativo. O Politécnico de Bragança é o caso em que a situação é mais notória. No estudo é referido que uma percentagem assinalável do PIB da região deve-se à indução direta que o Politécnico de Bragança faz na região.”, explica o presidente do IPB, Sobrinho Teixeira.
O mesmo responsável destaca, por outro lado, a “leveza” no Orçamento de Estado quando comparado com outras instituições. “Há pouco tempo fizemos um encontro dos sete politécnicos e três universidades do Interior. Se somarmos a parte do Orçamento do Estado que é transferido para estas dez instituições, é menos um ponto percentual do que, por exemplo, a Universidade de Lisboa recebe. O orçamento destes instituições representa 17 por cento do peso orçamental do Ensino Superior enquanto a Universidade de Lisboa representa mais do que estas dez (18 por cento). É bom que o país saiba o esforço que está a fazer face ao retorno que o país está a ter”, sublinha Sobrinho Teixeira.

“O trabalho e aquilo que estas dez instituições fazem em prol da coesão territorial é um trabalho imenso e um retorno imenso face a uma percentagem extraordinariamente baixa que o país tem de fazer em termos do apoio financeiro que dá, inferior ao de uma única instituição.” No caso de Bragança, esse aspeto é mais centrado. Mas uma das coisas que o estudo não refere é o da indução económica indireta. “Existem fatores estudados que multiplicam esse valor por cerca de 2,3 vezes mais para além da indução direta. Vamos a capacidade de pôr os nordestinos a estudar, de gerar dinamismo social e, também, essa capacidade de contribuir para um exercício de cidadania de todos os transmontanos e um exercício capaz de motivar toda uma região face à crise que o país está a passar”, destaca.
O presidente do instituto mostra-se “satisfeito com esse resultado”. “Só nos pode responsabilizar face ao desafio do novo quadro comunitário de apoio, de modo a conseguir o seguinte: Temos de ter orgulho das cidades que temos, da região que temos, das instituições que temos. As pessoas admitem que se vive bem em Bragança, em Mirandela. O que noto dos sete mil estudantes que temos é que a maior parte gostaria de ficar cá a trabalhar porque gosta de cá estar. É porque se vive bem que temos este número de estudantes estrangeiros.
No próximo quadro comunitário, temos de lutar para que haja lugar à criação de empresas que possam trazer, por si próprias, a criação de emprego e de indução económica. Para lá da responsabilidade que existe de manter este nível, para que a região continue a ver na sua instituição de ensino superior uma ancoragem em termos económicos diretos, há agora o desafio de, do ponto de vista prático, em termos de projetos concretos, estarmos unidos a reivindicar as áreas estratégicas em que a região se pode afirmar, conseguimos fazer o que a região necessita, que é criar emprego para que mais pessoas se fixem aqui. A região tem oportunidades”, sublinha Sobrinho Teixeira.

Publicado em 'Mensageiro de Bragança'.

Pedro Sousa lidera Associação de Estudantes da ESE


Fazer alterações aos atuais estatutos da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação de Bragança (AEESE) é uma das promessas de Pedro Sousa, o aluno do 4º ano de Desporto, que venceu as eleições para a presidência daquele organismo.
O jovem encabeçava a única lista concorrente a sufrágio, que acabou eleita. A tomada de posse teve lugar no passado dia 17, altura em que o novo presidente deu conta que tem vários projetos para executar no seu mandato, nomeadamente “mudar os estatutos para permitir que a todos os alunos se possam candidatar e votar”. As eleições estiveram envoltas em polémica, porque alguns alunos se queixaram de que era necessário pagar as quotas anuais, no valor de 100 euros, para poderem votar e apresentar listas candidatas à direção da associação. Pedro Sousa garantiu que esses problemas foram “sanados” antes do ato eleitoral, pois verificou-se que não cometiam “qualquer ilegalidade, fomos candidatos eleitos dentro dos procedimentos da Comissão Eleitoral, também foi aplicada a isenção da quota para que todos pudessem votar”, referiu. O novo presidente faz parte da AEESE há quatro anos, agora propõem- se trabalhar “para trazer mais vivacidade à escola e estar sempre presente ao lado dos colegas”, pois, diz, “podemos melhorar, sobretudo nas condições de estudo e de trabalho”.Entre os principais problemas que os estudantes identificam estão as dificuldades de acesso a algumas aulas, porque nem todas as sessões decorrem nas instalações da ESE, obrigando-os a deslocações. “Os alunos do curso de Artes são obrigados a ter algumas aulas fora, porque o local onde decorriam, dentro no estabelecimento de ensino, não tem condições já que incomodam a restante comunidade por causa do cheiro das tintas”, referiu. Também os estudantes dos cursos de Desporto são obrigados a deslocar-se. “Algumas aulas têm lugar nas piscinas e pavilhão municipais, bem como na barragem da Castanheira, mas os estudantes têm de se deslocar em meios próprios e nem todos têm carro. Temos de tentar, junto da direção da Escola, arranjar um transporte, para que os alunos não gastem dinheiro”, explicou Pedro Sousa.

Publicado em 'MdB'.

Miguel Borges sucede a Nuno Teixeira na AEESTiG


Os novos órgãos da Associação de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança (AESTiG) tomaram posse esta terça-feira, após as eleições que deram a vitória a Miguel Borges, cabeça de lista da única que se apresentou a sufrágio.
Sucede a Nuno Teixeira, aluno de Engenharia Mecânica. O jovem de 24 anos, aluno do 2º ano da licenciatura em Contabilidade, compromete-se a trabalhar no próximo mandato para criar mais departamentos “de modo a apoiar os estudantes, tanto a nível de informática, gestão de negócios internacionais, bem como através da criação de um gabinete de apoio ao aluno para tratar de assuntos, nomeadamente relacionados a bolsa”, explicou. Por outro lado, o próximo mandato deverá ficar marcado para uma abertura ao exterior e à cidade, “com a organização de iniciativas abertas à comunidade, com torneios, paddypapers e outras ideias novas”, enumerou.
Os problemas dos estudantes também são preocupação do novo presidente e da nova associação, sobretudo a atribuição de bolsas, “porque há muita burocracia, o que leva muitos a desistir e a não conseguir”, admitiu Miguel Borges. “Há muitos constrangimentos na atribuição de bolsas, muitas regras e estamos fartos. Há alunos que precisam de bolsa e não têm porque não conseguem cumprir tanta burocracia. Há muitos que precisam mesmo muito da bolsa e não a conseguem obter”, acrescentou. O novo presidente da AEESTiG quer que “quem precisa tenha direito a bolsa”, afirmou

Publicado em 'MdB'.

Associação de Estudantes da ESTIG quer aproximar estudantes da comunidade


Abrir a Escola Superior de Tecnologia e Gestão à comunidade e criar mais departamentos de apoio aos alunos são objectivos dos estudantes recém-eleitos para a Associação de Estudantes desta escola do Instituto Politécnico de Bragança.
Michael Borges é o novo presidente da AEESTIG. O jovem acumula assim o cargo com o de presidente da mesa da Assembleia da Associação Académica do IPB. “De momento a associação tem estado virada só para os alunos da ESTIG, eu queria fazer algo mais para toda a cidade de Bragança”, afirma. E acrescenta: “ Queremos criar novos departamentos para ajudar os alunos, como é o caso do Curso de Gestão de Negócios internacionais que não podem ter núcleo porque passam muito tempo fora do país e vamos criar um departamento para eles”. O estudante de contabilidade explica ainda o que o motivou nesta candidatura. “candidatei-me porque acho que posso trazer algo novo a esta associação que precisa de gente nova e que trabalhe”, considera. Michael Borges fez parte numa lista de 17 estudantes. A cerimónia de tomada de posse da AEESTIG decorreu esta terça-feira.

Publicado em 'Rádio Brigantia'.

17 junho, 2014

Agricultura biológica em crescendo e norte da Europa é um mercado aberto


O consumo de produtos biológicos está a crescer, o que pode significar uma nova oportunidade de mercado para os agricultores da região.
Albino Bento, professor no IPB e investigador do Centro de Investigação de Bragança, diz que Trás-os-Montes tem a maior área de agricultura biológica, e que o norte da Europa pode ser uma opção para o escoamento destes produtos.
O clima transmontano permite cultivar, em modo biológico, a vinha, o castanheiro e a oliveira.
Características exclusivas da região.
Trás-os-Montes é onde mais se tem investido na agricultura biológica, a nível nacional.
E o aumento do consumo de produtos cultivados em modo biológico pode abrir portas no mercado do norte da Europa.

Publicado em 'Onda Livre'.

05 junho, 2014

03 junho, 2014

Em defesa dos Politécnicos - Entrevista a Pedro Oliveira


Os institutos Politécnicas têm um impacto "evidentemente positivo" nas regiões em que se inserem. Eis a principal conclusão do estudo. O Impacto dos Institutos Politécnicos na Economia Local, diz, ao JL/Educação, Pedro Oliveira, coordenador do trabalho, com Jorge Cunha, que envolveu uma equipa de 17 investigadores. Encomendado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP),o estudo debruça-se sobre sete instituições - Bragança, Castelo Branco, Leiria, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu -, que representam metade do sistema politécnico público, analisando os seus efeitos sobretudo na economia, mas também noutras dimensões mais dificilmente quantificáveis, como a sócio-cultural e a equidade de acesso ao Ensino Superior dos jovens dessas regiões.

Está já em curso uma segunda fase do estudo sobre a influência dos mesmos institutos na formação e educação das populações. No futuro, o trabalho será replicado para os restantes politécnicos, para que o 'retrato' fique completo. Porque "só poderemos tomar decisões informadas se tivermos um conhecimento científico da realidade portuguesa", garante o prof. do Departamento de Estudo de Populações, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.

JL/Educação: Este é o primeiro estudo sobre o tema, importante para avaliar o 'peso' dos Institutos Politécnicos (IP) em Portugal. Como surgiu a ideia de o realizar?

Pedro Oliveira: Em 2007, eu e o prof. Jorge Cunha orientámos a tese de uma aluna de doutoramento, a Joana Fernandes, cujo tema era o impacto do lP de Bragança. Fizemos um levantamento muito profundo de toda a bibliografia sobre a avaliação do impacto de instituições de ensino nas regiões em que se inserem, e escolhemos o IP de Bragança por ser um caso muito interessante: uma instituição Isolada, distante de outros estabelecimentos de Ensino Superior; localizada numa zona de fronteira e deprimida economicamente. Depois da apresentação desse estudo, em 2010, propusemos ao Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) replicá-lo, utilizando a mesma metodologia, noutros Ip.

O estudo abrange sete dos 15 IP existentes. O que determinou esta seleção?

Numa primeira fase, propusemos três, dadas as restrições de mão-de-obra e de financiamento do projeto, mas entretanto todos os IP quiseram participar. Como não era possível realizar o estudo nos 1530 mesmo tempo, tivemos que escolher, e o critério foi termos alguns mais do Litoral (Viana do Castelo, Leiria e Setúbal) e outros do interior (Bragança, Viseu, Castelo Branco e Portalegre).

Com que intuito?

Queríamos, primeiro, ganhar experiência a trabalharem equipa, ter uma noção dos custos e do tempo que um projeto desta natureza exige, para depois avançar para os restantes IP, e então 'colhermos' todo o universo. Para este primeiro estudo, interessou-nos comparar estas duas realidades - o Litoral, mais densamente povoado, mais industrializado, etc., e o Interior, mais isolado, com menos indústria, etc. E verificar se o impacto dos IP no Litoral e no Interior era diferente ou se havia algo em comum.

E o que concluíram?

Em termos globais, é evidentemente positivo. E em várias dimensões. No que toca à economia, verificámos que os IP têm um impacto no PIB dos concelhos que oscila entre os 2 e os 11%, sendo mais significativo nas regiões desfavorecidas. Nestas, o IP é quase o maior empregador e a maior 'indústria'. Além disso, concluímos que os IP têm, em todos os concelhos, um impacto importantíssimo ao nível sociocultural: trazem a organização de espetáculos, festas académicas; a presença de convidados para palestras, debates; atividades em colaboração com as autarquias. Ou seja, contribuem para a animação da vida de todas estas comunidades.

Essa dimensão já não é tão fácil 'quantificar'...

Precisamente. Quando apresentámos o estudo no IP de Bragança, o presidente da Câmara de Mirandela contou que já tinha tido queixas dos cidadãos porque os estudantes fazem muito barulho. Sabe o que ele respondeu? "Ainda bem. É sinal que a cidade está viva." Isto não é quantificável, e é algo muito importante para estas comunidades, em geral, envelhecidas. Alguns destes concelhos têm taxas de envelhecimento de 400% o que significa que para cada jovem há quatro idosos...

E o impacto económico, como foi 'calculado'?

É importante realçar que o estudo seguiu uma abordagem conservadora. Ou seja, os resultados são apresentados no seu limite inferior. Não quisemos inflacionar, dizer:"Isto é tão maravilhoso que tem de ser mantido". A intenção era olhar para a realidade de uma forma rigorosa. Aliás, é esta perspetiva que diferencia o nosso estudo daquele em que nos inspirámos, do American Council on Education (ACE): nós não contámos todos os estudantes como tendo o mesmo impacto no tecido económico.

Como assim?

O primeiro estudo do ACE considerava todos os estudantes como inipactantes. O nosso distingue o grupo de estudantes que vieram de fora, que produzem o que designámos por 'efeito de exportação', pois vêm gastar dinheiro na região, de tal forma que é como se estivesse a exportar um bem e a receber o seu valor; e o grupo de estudantes locais, cujos gastos são menores, porque não vão alugar quartos, nem utilizar tanto serviços como restaurantes, pois continuam a viver em casa dos pais. Ou seja, não tratámos o impacto económico de todos os alunos por igual. Determinámos, inclusive, entre os estudantes inscritos, quais iriam estudar para outra região caso o IP não existisse, o que designámos de 'efeito de substituição de importação', porque iriam gastar o seu dinheiro fora da região.

CONHECER A REALIDADE

Qual é, no seu entender, a importância deste estudo?

Em primeiro lugar, tivemos a 'sorte' de realizá-lo num momento de viragem, no ano de 2012, quando os efeitos da crise ainda não se faziam sentir tão profundamente. Queremos replicá-lo daqui a três, quatro anos, e será importante podermos comparar e analisar o impacto da crise. Depois, é relevante para se perceber que os lP não são um custo, mas um investimento. Os estudantes licenciados pelos IP, se encontrarem emprego, vão pagar mais impostos do que se tivessem só a formação secundária. porque terão salários mais elevados. Isto tem um efeito positivo para o Estado em termos de retorno. Se considerarmos todo o período de vida ativa, corresponde a dizer que o Estado investiu 5 mil, 6 mil euros na formação de cada aluno por ano e vai receber impostos numa taxa de rentabilidade que anda à volta dos 6, 8%. E há ainda um terceiro aspeto, muito importante.

Qual?

Há um número significativo de estudantes que não iriam frequentar o Ensino Superior se não existisse o IP da sua região. A presença do IP é um fator de equidade e, como sabemos, o Ensino Superior é a maior alavanca social do mundo ocidental. No fundo, verificámos que, em muitos casos, fechar o IP teria efeitos tremendos. Por um lado, a nível económico, significaria agravar uma realidade que é já muito débil (em muitos concelhos, os IP são os segundos empregadores, o primeiro normalmente é o hospital). Por outro, tornaria impossível o acesso de um elevado número de alunos ao Ensino Superior. Já para não falar do impacto negativo ao nível da vida da comunidade, dificilmente quantificável. É por isso que quer as autarquias, quer as populações defendem os IP e não querem sequer ouvir falar da possibilidade de virem a fechar.

É um estudo particularmente relevante num momento em que se fala tanto da necessidade de reorganizar a rede do Ensino Superior?

Sim, até porque existem poucos estudos sobre a questão. Foi feito um, no IP de Leiria, creio que na década de 1980, e aquele que realizámos, no lP de Bragança, entre 2007 e 2010. Pouco mais. São trabalhos muito importantes, sobretudo agora, em tempo de crise, em que há toda uma retórica do Governo que diz que há instituições de Ensino Superior a mais.

Na sua opinião, não há?

Não. Há é estudantes a menos! Portugal tem uma taxa de frequência no Ensino Superior, na faixa etária dos 18-24, que se situa na ordem dos 48%, mas em países como a Finlândia esse valor já atinge os 60, 70%. Se conseguíssemos chegar a valores dessa grandeza — e penso que devia ser esse o objetivo -, as instituições que temos não seriam a mais. Até eram a menos. Infelizmente, estamos a recuar: as dificuldades económicas estão a levar cada vez mais jovens a abandonar os estudos. E as instituições sentem-se naturalmente ameaçadas, pela crise, os cortes no financiamento, e a lógica da 'folha do Excel', instalada no Ministério das Finanças, que não vai a detalhes como um estudo desta natureza.

Quer dizer que é necessário um conhecimento mais aprofundado da realidade que 'sustente' as políticas para o Superior?

Exatamente. A maioria dos discursos que têm sido feitos são de 'estado de alma', retóricos, sem fundamentação científica. Não digo que o nosso estudo não tenha limitações. Mas a verdade é que chegámos a números concretos e ficámos com uma noção muito clara do impacto económico destes IR Chegámos a concorrer a uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), mas não ganhámos. Creio que a FCT tem outras prioridades, certamente defensáveis, não ponho isso em causa. No entanto, penso que tal como é importante apoiar a Ciência de nível internacional (nanotecnologia, informática, saúde, etc.), também importa fomentar a ciência sobre a realidade portuguesa, que foi o que fizemos com este estudo.

Com que financiamento o realizaram?

Os gastos foram suportados pelos sete IP e pelos próprios investigadores, que se disponibilizaram a trabalhar voluntariamente, e em horas extra. Foi um esforço enorme.

Gostava que este motivasse outros estudos sobre o impacto das instituições do Ensino Superior?

Era importantissimo, quer fossem feitos por nós ou por outros investigadores. O que interessa é que nos debrucemos sobre a nossa realidade porque só poderemos tomar decisões informadas se o fizermos.

Estão em discussão, até ao fim deste mês, as 'linhas de Orientação Estratégica para o Ensino Superior', recentemente divulgadas pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC). Como vê este documento?

Sou multo crítico em relação à política do atual Governo. E agora não falo enquanto autor do estudo, mas dando a minha opinião pessoal. E uma política de destruição do Ensino Superior. O documento das 'Linhas de Orientação Estratégica' é um verbo de encher. Não avança nada de concreto, aliás, diz coisas perfeitamente quixotescas como, por exemplo, que as instituições têm que promover cursos de acordo com os empregos da região. Isto é completamente insensato.

Porquê?

Tem a ver com uma questão de prioridades. Para o Governo, a prioridade da Educação deve ser a empregabilidade. No meu entender, a perspetiva de um emprego é importante, mas em primeiro lugar deve estar a formação e a cidadania das pessoas. Além disso, a questão da empregabilidade tem sido mal colocada.

Em que sentido?

Pegando no exemplo da Engenharia Civil: há alguns anos, havia imensas vagas, neste momento, o curso está cheio e não há emprego. Isso quer dizer que não tem valor económico? Ou seja, um curso que, num determinado momento, é atrativo, deixa de o ser porque não há emprego, mas tem valor na mesma. E se a empregabilidade for o único critério, provavelmente não teremos físicos, nem filósofos, nem cientistas sociais. É pouco comum em Portugal, mas acontece muito no Reino Unido, por exemplo, haver licenciados em História ou Filosofia a trabalhar em empresas industriais ou de serviços financeiros. Aquelas pessoas têm vantagens, conhecimento, e podem atualizá-lo.

Outro aspeto focado no documento é a necessidade de uma maior articulação entre as instituições de Ensino Superior e o tecido socioeconómico da região. Nos sete IP analisados verifica-se esta "articulação"?

Sim, e de uma maneira muito profunda. Até porque todos estes IP se debatem com a diminuição do número de alunos. Por isso, estão muito ligados às indústrias locais; procuram animar outras regiões; criam protocolos com empresas. Claro que é muito mais evidente no Litoral, mas no Interior também existe esse 'esforço'. Nomeadamente, o desenvolvimento de uma dimensão de serviço social. Não há um presidente que se sente descansado na sua cadeira sem pensar o que pode fazer para contribuir para a região em que se insere. É quase um imperativo moral, ainda mais neste momento em que a crise é tão forte. E todos estão a tentar alargar a taxa de frequência. Alguns estão a estabelecer acordos com países como China e Angola, justamente por terem uma determinada capacidade instalada e verem que os estudantes portugueses, por dificuldades económicas, estão a deixar o Ensino Superior.

Em que medida pode este estudo constituir um contributo para as reformas que se avizinham no Superior, designadamente para o novo modelo de financiamento?

Se o financiamento fosse feito numa base plurianual, poderia dar alguma informação, mas muna base anual, é muito difícil. Independentemente disso, não sei se a informação que o Governo retirará do estudo será a fundamental. Veja-se o caso do IP de Portalegre: é o mais pequeno e não cresce mais porque fica numa zona muito pouco povoada, em que as famílias têm muitas dificuldades económicas. Se o novo modelo de financiamento for em função do número de alunos, da empregabilidade, etc., só vai afundar as instituições mais desfavorecidas. Neste sentido, o estudo pode até ser contraproducente e conduzir a uma perversão da forma de financiamento. Um modelo com base nestes indicadores, que não vá mais fundo na compreensão da realidade, das suas causas e efeitos, será ruinoso. Fechar os IP do Interior seria condenar os jovens a uma grande dificuldade de acesso ao Ensino Superior e, consequentemente, tornar o sistema cada vez mais elitista.

Publicado em 'Jornal de Letras Artes e Ideias - Segunda-feira, 02 de Junho de 2014'.

AAIPB Quer Gabinete de Criação de Estágios

Projeto que vai ser alvo de um estudo de mercado para avaliar as áreas com maior empregabilidade na região


Exibido em 'LocalvisãoTV'.

02 junho, 2014

Ricardo Pinto inicia segundo mandato na Associação Académica do IPB


Criar um gabinete para apoiar os alunos na entrada no mercado de trabalho é a prioridade para a direcção da Associação Académica do Instituto Politécnico de Bragança, que tomou ontem posse.
Ricardo Pinto inicia o segundo mandato a representar os estudantes da instituição e garante que o trabalho da sua equipa vai ser ainda mais focado nas necessidades dos alunos.“O aluno tem dificuldades em entrar no mercado de trabalho e tem maior dificuldade ainda em procurar estágio. O que assistimos muito é alunos que vêm de fora e estuda em Bragança, quer continuar cá mas por vezes não consegue. Associação Académica irá tentar criar esse gabinete e tentar fazer essa fonte para que os alunos continuem cá, o que seria fantástico para Bragança e para o próprio Instituto”, realça.
Ricardo Pinto garante, ainda, que vai continuar a lutar, para que os estudantes das instituições de ensino do Interior não sejam penalizados em relação aos que estudam no Litoral do País. “A maior diferença que sentimos enquanto alunos do interior é a diferença com que o próprio estado olha para nós. Vimos isso no I Congresso de ensino Superior do interior que nós organizamos e que impulsionou uma bolsa de estudo a nível nacional para alunos que escolhem o interior para estudar. Iremos continuar a lutar para que cada vez menos se note a diferença entre Interior e Litoral”, assegura.

Publicado em 'Rádio Brigantia'.

"Prémio Caixa Empreender" traz a Bragança ideias para incentivar a criação de empresas


Ideias para incentivar o empreendedorismo foram debatidas ontem na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança.
A iniciativa foi promovida pela Caixa Geral de Depósitos e Jornal de Negócios. Este encontro surge no âmbito do “Prémio Caixa Empreender”, um prémio atribuído a uma empresa considerada uma boa ideia de negócio e com a qual a caixa vai cooperar, aprovando um projecto de financiamento. Esta é a primeira edição do prémio que conta com candidaturas de todo o país. O vencedor será conhecido no próximo dia 17 de Junho. Fernando Vieira, director regional da caixa geral de depósitos de Bragança, acredita nas potencialidades da região transmontana para a criação de mais empresas. “Estamos numa região em que temos um potencial na vertente da agricultura. Têm surgido muitas empresas e iniciativas com ideias que até além-fronteiras têm tido sucesso… É evidente que temos outras áreas em que também podemos fazer melhor mas a vertente agrícola tem sido fundamental para dar visibilidade a esta região”, considera.
Uma das ideias partilhadas com os potenciais empresários foi o conceito de aceleradores de empresas. Tiago Pinto é vice-presidente da Beta-i, uma empresa que ajuda a acelerar o processo de constituição de start-ups, a designação para empresas jovens e inovadoras.“Num período de três meses o que nós fornecemos às start-ups é uma série de mentores, uma série de acesso a capital, de acesso a investidores, de acesso a conhecimento, criando uma rede muito maior de conhecimento para eles num pequeno período de tempo”.
Durante a iniciativa foram ainda apresentados exemplos de empresas transmontanas de sucesso. No caso de sucesso de PME foi apresentada a Factory Play, instalada em Bragança, e como bom exemplo de start-up foi apresentada a empresa + Ervas, de Alfândega da Fé.

Publicado em 'Rádio Brigantia'.