Conheça um pouco melhor a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança.
A transferência de conhecimento e o apoio à comunidade
são um dos grandes pilares da Escola
Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança.
Neste sentido, o que tem sido feito nos
últimos anos?
Em termos de ligação à comunidade, a ESA mantém
protocolos de cooperação com diferentes
instituições, às quais concede apoio técnico, laboratorial,
realiza estudos e presta diversos outros
serviços.
Em cada uma destas áreas podemos destacar:
• Apoio técnico/estudos: Apoio técnico (controlo
da atividade reprodutiva) à Associação Nacional
dos Criadores da Raça Churra Galega Bragançana
(ACOB) e ANCRAS - Cabra Preta de
Montesinho.
Atualmente a ESA está envolvida
em diversos estudos, caso da avaliação do desempenho
de olival intensivo e outro superintensivo
da Terra Quente Transmontana, da monitorização
da qualidade ecológica fluvial em
pequenos aproveitamentos hidroelétricos, em
projetos de recuperação e integração paisagística
do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo
Sabor e na elaboração de projeto de atividades
de Centros de Interpretação ambiental e recuperação
animal (CIARA).
• Apoio laboratorial: Análises de solos e recomendações
de fertilização, diagnóstico sanitário
de animais, análise de alimentos (azeite, vinho
e produtos apícolas), análises de águas,
entre outros. Destacam-se os laboratórios de
análises anatomopatológicas de abelhas e de
resíduos de antibióticos no mel, reconhecidos
no Programa Apícola Nacional.
• Formação: IP: FORREC, Traditionally the main
function of forests in Europe has been wood
production; SPinSMEDE, Soil Protection in Sloping
Mediterranean; IPM, Advanced Topics in
Integrated Pest Management; Curso Avançado
de olivicultura e Tecnologia do Azeite, para colegas
do Brasil.
De referir ainda a organização de congressos nacionais
e internacionais, como é o caso do I International
Conference on Research for Sustainable
Development in Mountain Regions - outubro de
2016. Mais informação consultar em http://esa.ipb.pt/eventos.php
Muitos são os projetos de investigação
a decorrer na ESA e no Centro de Investigação
de Montanha (CIMO), todos eles,
com excelentes profissionais na liderança.
Como se pode caracterizar o Centro
de Investigação de Montanha (CIMO)?
O CIMO é uma UI&D multidisciplinar em ciências
agrárias e florestais, cuja investigação visa
contribuir para o desenvolvimento sustentável
das regiões de montanha. Para o efeito tem como
objeto de investigação temas da maior relevância
para estes espaços, como sejam a valorização dos
recursos naturais endógenos, dos sistemas de produção
florestal, dos sistemas agro-pecuários e dos
produtos de montanha.
Quais são as áreas foco do CIMO?
Desde 2008 a investigação desenvolvida no
CIMO está focada nas seguintes temáticas: i)
agroecologia de culturas perenes como o olival, o
souto e o castinçal; ii) caracterização e tecnologia
dos produtos daí resultantes; iii) valorização dos
sistemas de produção florestal, dos sistemas agro
-pecuários de montanha, da apicultura e de outros recursos/produtos como os cogumelos e as
plantas aromáticas e medicinais; iv) a caracterização,
transformação e segurança alimentar, e v) a
identificação de propriedades bioativas e nutracêuticas
dos produtos de montanha. O CIMO
está organizado em três grupos de investigação:
Tecnologia e Segurança Alimentar, Serviços de
Ecossistemas de Áreas Marginais e Sistema de
Agricultura de Montanha. Em resposta às solicitações
da Fundação para a Ciência e Tecnologia
(FCT) a investigação realizada por estes grupos foi
reestruturada em 2013 em cinco grandes linhas
temáticas: Castanheiro: agroecologia e tecnologia
dos produtos do souto e do castinçal; Oliveira:
agroecologia e tecnologia dos produtos do olival;
Sustentabilidade de sistemas de produção e exploração
em áreas de montanha; Qualidade ambiental
e conservação dos recursos naturais; e
Produtos de montanha: inovação, qualidade e
segurança.
Como se posiciona o CIMO no seu domínio
científico?
A produção científica do CIMO destaca-se no
âmbito dos sete centros nacionais de ciências
agrárias e florestais financiados pela FCT. De
acordo com o último estudo bibliométrico conduzido
pela FCT (www.fct.mctes.pt), o CIMO
ocupa a 1ª posição nos indicadores “Publicações
por investigador a tempo integral”, “Citações por
investigador a tempo integral”, “Colaborações
Nacionais”, e a 2ª posição nos indicadores “Índice-
H”, “Impacto”, “Publicações no top 25 por
cento”, “Publicações no top dez por cento” e
“Publicações no top cinco por cento”. Alargada a
comparação aos 45 centros do domínio científico
Ciências Naturais e do Ambiente, o CIMO continua
a ocupar lugares cimeiros, como por exemplo
nas “citações por investigador a tempo integral”,
onde mantém o 2º lugar.
Qual a projeção do CIMO a nível internacional?
Os grupos de investigação do CIMO têm-se mostrado
competitivos quer na produção científica,
quer na captação de financiamento internacional,
nomeadamente da Comissão Europeia, em
convocatórias muitíssimo concorridas. Alguns
dos seus investigadores ocupam posições de destaque
em rankings científicos internacionais e encontram-
se na lista dos cientistas mais citados à
escala global (por exemplo, Thomson Reuters).
Como se consegue entender a classificação
atribuída ao CIMO?
Foi entregue no prazo legal uma reclamação junto
da FCT. Aguardamos uma resposta que tenha
em consideração as evidências antes enunciadas.
Publicado em 'Revista País Positivo - Edição nº88, Dezembro 2015'.