06 fevereiro, 2015

Crato promete reforço de cursos profissionais e bolsas para captar jovens


O Ministério da Educação vai reforçar a oferta dos programas de cursos técnicos superiores profissionais e bolsas de estudo nos institutos politécnicos “para atrair mais alunos para o interior do país, pois são uma forma de alargamento do público destas instituições”, anunciou o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, durante uma deslocação ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB), onde participou nas comemorações do 32º aniversário.
“Temos mais de 400 candidaturas a cursos, o que significa que vamos ter muitos estudantes interessados”, afirmou Nuno Crato, que quer uma “formação mais prática com forte ligação ao tecido empresarial”. Por exemplo o IPB apresentou 29 propostas destes cursos, duas das quais já foram aprovadas.
Outra medida para atrair estudantes para o interior são as bolsas de estudo, do programa Mais Superior, para os politécnicos mais distantes das grandes cidades, onde se verifica uma redução demográfica, que se iniciou este ano letivo, e que no caso de Bragança permitiu o ingresso de 109 alunos que aproveitaram esses benefícios (mil euros anuais) num total de mil estudantes a nível nacional. “É um incentivo que de certeza ajudou a tomar a decisão de vir para o interior. Contribuiu para a coesão territorial e para a fixação de jovens qualificados nestas regiões”, sublinhou o ministro que garantiu haver interesse em melhor o Mais Superior. “Para que os jovens possam considerar novas alternativas em zonas mais calmas e propícias ao estudo do que as grandes cidades”.
O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, quer algumas mudanças neste programa. “A eficácia ainda não nos satisfaz. Não conseguiu captar os estudantes que devia, porque os critérios não foram os melhores, pois foi aplicado a estudantes que já estavam nas instituições”. Uma opinião pelo presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, que defende que o programa deve ser mais adaptado à oferta das instituições e que sejam estas a dizer quais os cursos onde deve existir oferta para bolsas. “Será naqueles que têm menos procura”, afirmou.
Nuno Crato realçou que os politécnicos têm de se impor pela sua qualidade e diversidade de oferta.
Sobrinho Teixeira, considera que “é preciso apostar na qualificação dos mais jovens”, e defende alterações no sistema de atribuição destas bolsas de estudo, para o melhorar, nomeadamente para atrair os estudantes para cursos menos procurados. “Já estamos a dialogar com o Ministério”, referiu.
Este ano lectivo 37% dos alunos que ingressaram no ensino superior escolheram para estudar institutos politécnicos, mais de 600 matricularam-se no IPB. “Mais de 15 mil jovens sabem que os cursos que vão tirar nestas instituições, como a de Bragança, beneficiarão os seus projetos profissionais. A aposta nos politécnicos é uma aposta certa”, afirmou Nuno Crato. Realçou também o papel dos politécnicos na formação inicial de professores que defende deve existir “um empenho na exigência e no rigor”. Outra aposta vai para o aumento da oferta formativa em inglês para atrair estudantes estrangeiros. No IPB este ano estudam cerca de 1200 alunos oriundos de cerca de meia centena de nacionalidades.

Publicado em 'Mensageiro '.

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