24 setembro, 2008

IPB investiga para empresas

Grupos de trabalho desenvolvem produtos dirigidos ao tecido industrial

“Temos tido projectos vocacionados para a indústria em que o nosso papel é desenvolver produtos. Na área dos materiais temos contratos com várias empresas para desenvolver, por exemplo, colas de base aquosa, e outros, projectos que estão a ser pagos pelas próprias empresas”, explicou Filomena Barreiro, professora do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

A docente referiu o trabalho de investigação da instituição no decorrer do Seminário Internacional da Rede ecoCITRAS, realizado no passado dia 22, tendo apresentado uma comunicação intitulada “Energia, Materiais e Químicos de Fontes Renováveis”. Filomena Barreiro acrescentou ainda que os grupos de investigação, constituídos por docentes, alunos de doutoramento e investigadores bolseiros, têm trabalhado projectos que têm sido transferidos para o tecido empresarial, tanto nacional, como estrangeiro. O trabalho na área dos materiais tem como matéria a biomassa que, segundo a professora,”não se deve olhar só como produtora de energia, mas também com critério e pensar qual o potencial mais elevado que se pode tirar dessa biomassa.

No IPB, no caso da vertente dos materiais, estamos a fazer estudos e, quando olhamos para a biomassa, formada por três componentes principais (celulose, linina e ambicelulose) estamos a produzir materiais como espumas de poliuretano, utilizadas em revestimentos, isolamentos, mas também fazemos materiais com características plásticas, aproveitando a linina”. O caroço da azeitona também tem sido estudado pelos grupos de investigação para produzir materiais e incorporar espumas de poliuretano, para isolamentos na construção civil, embalagens, reservatórios, entre outros. Para a investigadora, o conceito de biomassa é mais abrangente do que a produção energética, pois os materiais enquadram-se em diversas aplicações na área da indústria, como exemplificou: “um dos exemplos da utilização da linina, resíduo da produção de papel, é a baunilha sintética, a vanilina, que já existe implementada a nível industrial”. “Também na indústria automóvel é feito o aproveitamento de fibras de origem vegetal para a construção de painéis. Alguns materiais biodegradáveis são utilizados em embalagens e muitos outros exemplo”, concluiu Filomena Barreiro.

Publicado em 'Mensageiro Notícias'.
Referencia em 'Rádio Brigantia'.

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