O Instituto Politécnico de Bragança, em parceria com uma empresa da região, com a Universidade do Minho e com o Instituto de Tecnologia Nuclear, está a levar a cabo um projecto de investigação dedicado à esterilização e conservação da castanha que é exportada para países terceiros. É que está em vigor uma norma da Comunidade Europeia que proíbe o uso de bormeto de metilo, o químico utilizado para fazer a devida desinfecção, de modo a que castanha chegasse ao destino sem alterações.
Segundo António Graça, director regional de Agricultura, esta imposição comunitária nada tem que ver com questões de segurança alimentar, até porque este produto não deixava quaisquer resíduos. “É uma questão de natureza ambiental”, explicou.
Com as novas normas em vigor, os operadores de castanha que trabalham na área de exportação tiveram que adoptar como alternativa o uso de água quente, “uma alternativa fácil e viável de utilizar”, na opinião de António Graça.
No entanto, os investigadores consideram que o tratamento com água quente pode não ser assim tão eficaz, uma vez que obriga à secagem da castanha, caso contrário pode apodrecer durante o período de transporte.
Albino Bento, presidente da Escola Superior Agrária e investigador do Centro de Montanha, considera mesmo que o método da água quente “não é económico, é difícil, demorado e complicado”.
Por isso, os vários investigadores procuram uma nova alternativa, nomeadamente a desinfecção por irradiação, através do uso de feixes de electrões. O projecto foi submetido à Agência Portuguesa da Inovação e é financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), no entanto, só dentro de três anos é que deverá estar concluído. “Neste momento estamos a trabalhar, já fizemos os primeiros testes e temos esperança que o uso de feixes de electrões possa vir a funcionar”, apontou Albino Bento.
Esta técnica de irradiação visa a esterilização da castanha sem comprometer a sua qualidade. “O que se pretende é matar as pragas e os fungos, mantendo a qualidade, o sabor e as características do fruto”.
Amílcar António e Elsa Ramalhosa, investigadores ligados a este projecto, adiantam, ainda, que esta técnica da irradiação já foi testada na União Europeia em outros alimentos. Resta agora saber se, utilizado na castanha, mantém as suas características.
Para já, os operadores que trabalham no mercado da exportação da castanha, têm que utilizar a desinfecção com água quente. Mas a técnica não é nova, pelo menos assim o garante Alcino Nunes, um dos operadores que trabalha com castanha da região transmontana.
Ao seu armazém chegam milhares e milhares deste fruto. Grande parte é exportado em fresco para países europeus e para países terceiros. Este ano está a utilizar, pela primeira vez, a esterilização com água quente e, embora admita que é um método mais dispendioso, considera que “funciona bem”.
“Este processo já se utiliza há muito tempo na Europa. Nós é o primeiro ano que estamos a utilizar e funciona bem”, garantiu.
A campanha da castanha, que por esta altura emprega centenas de pessoas, está agora a começar e as expectativas são boas, pelo menos no que diz respeito à qualidade do fruto. Mas se a exportação para mercados europeus continua a manter-se, já para o Brasil a tendência é para uma diminuição.
Segundo Alcino Nunes, desde que trabalha nesta área, há cerca de 25 anos, que o Brasil tem vindo a diminuir a importação, no seu entender devido à “diminuição da colónia de portugueses, franceses, espanhóis e outros europeus que ali viviam e compravam”.
Uma opinião que é, também, partilhada por José Posadas, um empresário dedicado ao mercado da transformação da castanha, nomeadamente ao marron glacê. A trabalhar há 50 anos neste sector, o empresário espanhol considera que Portugal continua a ter problemas na venda do produto. “É preciso saber vender bem e não apenas em quantidade. O Brasil come castanhas portuguesas por uma questão cultural. É preciso fazer uma campanha que recupere e valorize esse mercado”.
Em termos de mercado, a exportação para países como os Estados Unidos, Canadá ou Brasil representa cerca de um terço da produção. Embora não seja um valor muito significativo, é importante para manter os valores do preço da castanha no mercado.
Publicado em 'Mensageiro Bragança'.
Segundo António Graça, director regional de Agricultura, esta imposição comunitária nada tem que ver com questões de segurança alimentar, até porque este produto não deixava quaisquer resíduos. “É uma questão de natureza ambiental”, explicou.
Com as novas normas em vigor, os operadores de castanha que trabalham na área de exportação tiveram que adoptar como alternativa o uso de água quente, “uma alternativa fácil e viável de utilizar”, na opinião de António Graça.
No entanto, os investigadores consideram que o tratamento com água quente pode não ser assim tão eficaz, uma vez que obriga à secagem da castanha, caso contrário pode apodrecer durante o período de transporte.
Albino Bento, presidente da Escola Superior Agrária e investigador do Centro de Montanha, considera mesmo que o método da água quente “não é económico, é difícil, demorado e complicado”.
Por isso, os vários investigadores procuram uma nova alternativa, nomeadamente a desinfecção por irradiação, através do uso de feixes de electrões. O projecto foi submetido à Agência Portuguesa da Inovação e é financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), no entanto, só dentro de três anos é que deverá estar concluído. “Neste momento estamos a trabalhar, já fizemos os primeiros testes e temos esperança que o uso de feixes de electrões possa vir a funcionar”, apontou Albino Bento.
Esta técnica de irradiação visa a esterilização da castanha sem comprometer a sua qualidade. “O que se pretende é matar as pragas e os fungos, mantendo a qualidade, o sabor e as características do fruto”.
Amílcar António e Elsa Ramalhosa, investigadores ligados a este projecto, adiantam, ainda, que esta técnica da irradiação já foi testada na União Europeia em outros alimentos. Resta agora saber se, utilizado na castanha, mantém as suas características.
Para já, os operadores que trabalham no mercado da exportação da castanha, têm que utilizar a desinfecção com água quente. Mas a técnica não é nova, pelo menos assim o garante Alcino Nunes, um dos operadores que trabalha com castanha da região transmontana.
Ao seu armazém chegam milhares e milhares deste fruto. Grande parte é exportado em fresco para países europeus e para países terceiros. Este ano está a utilizar, pela primeira vez, a esterilização com água quente e, embora admita que é um método mais dispendioso, considera que “funciona bem”.
“Este processo já se utiliza há muito tempo na Europa. Nós é o primeiro ano que estamos a utilizar e funciona bem”, garantiu.
A campanha da castanha, que por esta altura emprega centenas de pessoas, está agora a começar e as expectativas são boas, pelo menos no que diz respeito à qualidade do fruto. Mas se a exportação para mercados europeus continua a manter-se, já para o Brasil a tendência é para uma diminuição.
Segundo Alcino Nunes, desde que trabalha nesta área, há cerca de 25 anos, que o Brasil tem vindo a diminuir a importação, no seu entender devido à “diminuição da colónia de portugueses, franceses, espanhóis e outros europeus que ali viviam e compravam”.
Uma opinião que é, também, partilhada por José Posadas, um empresário dedicado ao mercado da transformação da castanha, nomeadamente ao marron glacê. A trabalhar há 50 anos neste sector, o empresário espanhol considera que Portugal continua a ter problemas na venda do produto. “É preciso saber vender bem e não apenas em quantidade. O Brasil come castanhas portuguesas por uma questão cultural. É preciso fazer uma campanha que recupere e valorize esse mercado”.
Em termos de mercado, a exportação para países como os Estados Unidos, Canadá ou Brasil representa cerca de um terço da produção. Embora não seja um valor muito significativo, é importante para manter os valores do preço da castanha no mercado.
Publicado em 'Mensageiro Bragança'.
Sem comentários:
Enviar um comentário