01 fevereiro, 2010

IPB empenhado em apoiar população idosa no distrito

Bispo de Bragança-Miranda chama a atenção para a Acção Social aos mais velhos
A acção social no distrito de Bragança tem que manifestar uma acção privilegiada aos idosos.
Um alerta do bispo da diocese Bragança-Miranda, António Montes Moreira, no congresso de Gerontologia, realizado no Instituto Politécnico de Bragança.
Um quarto de população do distrito tem mais de 65 ano

O representante da igreja reconhece também o trabalho feito pelos centros paroquiais no apoio aos mais velhos. “São pelo menos 60 centro paroquiais sociais que existem na diocese. Sem isso nas minhas visitas pastorais, eu verifico que, sem esses equipamentos não era possível que os idosos tivessem uma velhice serena, nem teriam velhice, se não tivessem essa forma de assistência”, refere.
Para melhorar o apoio aos mais velhos no distrito, foi criado um Núcleo de Investigação e Intervenção no idoso, no Instituto Politécnico de Bragança. Um projecto da Escola Superior de Saúde, que visa a formação de docentes e alunos da área da gerontologia.
A directora da escola, Helena Pimentel, refere que esta é uma iniciativa prioritária devido à demografia do distrito. “O núcleo foi criado, numa perspectiva não só de investigação, mas de intervenção”, afirma. Helena Pimentel, diz que “ é um projecto que a escola entende como prioritário atendendo à nossa demografia”, acrescentando que “a formação de pós-graduação e o mestrado já aprovado, iram funcionar no próximo ano lectivo”.
O núcleo de Intervenção no Idosos tem já várias parcerias, inclusive com instituições espanholas. Mas para já, as atenções do Núcleo estão viradas para um projecto em comum com Universidade Católica.
Uma investigação que vai durar três anos, e o objectivo é melhorar a qualidade de vida. “É um estudo longitudinal, que vai decorrer durante três anos, e tem como finalidade, avaliar um grupo de idosos em função de um grupo de parâmetros previamente definidos, como parâmetros bioquímicos, ao nível da força muscular, da capacidade, da alimentação”. A directora explica que, “depois vais ser feita a comparação dos três anos, no momento inicial e depois da intervenção”.
Núcleo de Investigação e Intervenção no Idoso, um projecto da Escola Superior de Saúde do IPB que já está a dar frutos.

Publicado em 'RBA'.

1 comentário:

  1. Prepara-se uma revolução grisalha na sociedade

    A sociedade tem de se preparar para a “Revolução Grisalha”.

    A convicção é de Fernando Pereira, investigador do Instituto Politécnico de Bragança na área da Gerontologia.

    “Quando começa a atingir uma franja da população de 20 por cento, quando os idosos começarem a ter consciência do poder político que têm, então, enquanto sociedade, estaremos na era da revolução grisalha. E há outro aspecto que temos de levar em linha de conta. É que os idosos que temos agora correspondem aos adultos de há 60, 70, 80 anos. Os nossos jovens actuais são muito mais exigentes, têm uma educação muito mais elevada e uma intervenção política mais eficaz. Os nossos próximos idosos vão ser muito mais interventivos. E não só as estruturas académicas mas também as políticas vão ter de se preparar para o embate.”

    Até porque, segundo aponta, no concelho de Bragança, a percentagem de população idosa chega aos 20 por cento, um número superior à média nacional.

    Fernando Pereira falava à margem do congresso Luso-Espanhol de gerontologia, que na semana passada juntou mais de 400 participantes, no Instituto Politécnico de Bragança.

    Um dos oradores convidados, o espanhol Florêncio Vicente, da Universidade da Estremadura, aponta grandes semelhanças entre a população dos dois lados da fronteira, e defende alterações na sociedade para lidar com essa realidade.

    “Havia poucos avós e muitos netos. Agora é ao contrário. Significa que a população está a envelhecer e é preciso fazer previsões para os grupos de seniores, para que se possam auto-sustentar. É preciso tornar as cidades mais agradáveis para os mais velhos e menos para os carros. Modificar as cidades, tirar obstáculos, possibilitar os centros de dia, por exemplo.”

    E por causa do envelhecimento da população, também há novas áreas de negócio a despontar.

    “Em Espanha estão a surgir muitas pequenas empresas em cuidados aos mais velhos. Lares, apoio domiciliário também. O problema é que têm pouco apoio científico. Construir um lar e ter apenas um técnico para 60 pessoas, não funciona.”

    É também por haver cada vez menos jovens que surgiu o Núcleo de Investigação e Intervenção do Idoso, na escola de Saúde do IPB.

    Fernando Pereira é o coordenador e sublinha o facto de Bragança ser pioneira no estudo desta área em Portugal.

    “A primeira área de interesse é a investigação dura naquilo que diga respeito ao idoso e ao envelhecimento, porque a escola superior de saúde é pioneira no ensino da gerontologia em Portugal, juntamente com a Universidade de Aveiro. E depois, de intervenção. Uma segunda fase, quando o grupo começar a ter uma produção científica de relevo, pode começar a partilhar o conhecimento com os técnicos, com os idosos, com a sociedade em geral.”

    Um dos primeiros projectos do Núcleo pretende estudar a população idosa do concelho de Bragança, tendo por base uma amostra de 120 pessoas.

    No entanto, apesar de ainda não estar garantido o financiamento, existe já uma parceria com a Universidade Católica para alargar o estudo a todo o Norte do país.

    fonte: Rádio Brigantia

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