10 dezembro, 2012

Politécnico de Bragança considera paragem da carreira aérea uma perda económica

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) classificou hoje a suspensão da ligação aérea entre Trás-os-Montes e Lisboa como «uma perda económica» para a região e para a afirmação da instituição que dirige.
Sobrinho Teixeira considerou "imperdoável", em declarações à Lusa, que tenha sido preciso interromper as ligações para encontrar uma solução financeira para a carreira aérea suspensa há mais de uma semana por decisão do Governo.
Os voos entre Bragança, Vila Real e Lisboa pararam a 28 de novembro por, segundo o Governo, a União Europeia não autorizar o modelo de financiamento de 2,5 milhões de euros anuais.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou, entretanto, que o novo modelo deverá passar pelo subsídio ao bilhete, mas ainda não avançou uma data para retomar das ligações.
O presidente do IPB e também do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Sobrinho Teixeira, considerou hoje que devia ter sido prevista uma solução para evitar a interrupção, sublinhando que a instituição local de ensino superior é "das mais interessadas" neste serviço.
"É uma perda económica, de conhecimento, de afirmação da instituição e uma perda da própria centralidade da região face ao contexto ibérico", afirmou, referindo-se também à proximidade de Bragança com Espanha.
Sobrinho Teixeira lembrou os fluxos de docentes e investigadores que utilizavam a carreira aérea nas deslocações entre Bragança e a capital.
Destacou ainda a facilidade com que ele próprio, enquanto presidente do CCISP se deslocava a Lisboa, com o avião a permitir "ir e vir no mesmo dia".
O transporte aéreo tornava a cidade de Bragança e o próprio politécnico mais atrativos, um fator que o presidente da instituição de ensino superior receia venha a perder-se sem a facilidade da ligação aérea.
A interrupção da carreira, que se mantinha ininterruptamente há 15 anos, tem sido contestada pelos diferentes agentes locais, incluindo as diferentes estruturas partidárias do PSD, o partido do Governo.
Uma das mais recentes reações foi da comissão concelhia do PCP que classificou de "um escândalo o fim da ligação aérea Bragança/Lisboa".
Os comunistas questionam-se sobre "o que terá acontecido para que o Governo, depois de ter prolongado a concessão que terminou em janeiro passado, não tenha conseguido organizar atempadamente o concurso público para nova concessão ou, pelo menos, não ter prolongado a anterior até novo concurso produzir efeitos".
Quanto às garantias do secretário de Estado dos Transportes de que a ligação será retomada no próximo ano, a comissão concelhia do PCP lembra que "a única garantia é a de que a ligação aérea entre Bragança e Lisboa já não existe".
Publicado em 'Diário de Trás-os-Montes'.

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