O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, defendeu hoje a criação de um programa nacional para toda a fileira da castanha idêntico ao que impulsionou o sucesso do vinho português nos mercados externos.
A região de Trás-os-Montes é responsável por 85 por cento da produção nacional de castanha e o IPB é uma das entidades académicas que se dedica à investigação no sector e que organiza anualmente o fórum de países produtores, como o que decorreu hoje, em Bragança, integrada na feira Norcastanha.
O presidente do instituto defendeu a criação de um programa transversal a toda fileira da castanha, desde a produção, à investigação e comercialização para potenciar este produto, nomeadamente nos mercados externos.
Sobrinho Teixeira lembrou que “há meia dezena de anos foi feito o mesmo com o vinho, que parecia condenado ao insucesso face à concorrência de economias emergentes na área, como a Austrália, o Chile, a África do Sul”.
“Tivemos um programa RURIS, específico para o aumento da produção do vinha, começamos a nível da área de formação, as instituições de ensino superior começaram a fazer enólogos, controlou-se também todo o sistema de produção e das próprias pragas, e partir daí, aquilo que se julga que é o mais difícil, a comercialização, acabou por ser o mais fácil”, recordou.
Conjugar esforços
O académico defende um programa idêntico para a castanha e acredita que “com uma grande conjugação de esforços é possível dar a mesma pujança nacional e internacional” à castanha.
Para esse objectivo entende que devem ser também alterados os critérios de financiamento da investigação, passando a ser atribuídas verbas ao fim da investigação e não ao mérito das equipas concorrentes.
Para Sobrinho Teixeira, este impulso tem de ser feito “por quem gere os destinos de Portugal nesse nível” e teve a oportunidade de transmitir a ideia ao secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
Daniel Campelo sublinhou, no encerramento do fórum sobre o sector, que “a castanha é um dos grande produtos que o país tem e que tem identificado um mercado potencial de crescimento, quer na plantação de novos soutos, quer no aproveitamento do que já existe com mais valor acrescentado”.
Transformar em Portugal
Para o governante esse objetivo será alcançado se o produto “for transformado em Portugal” e menos nos países importadores que depois transformam e vendem a castanha portuguesa noutros mercados.
O governante considerou que a região de Trás-os-Montes e nomeadamente Bragança “estão no caminho certo com os produtores, a comunidade científica e a indústria a trabalharem em conjunto”.
Garantiu ainda que o Governo assegurará instrumentos financeiros de estímulo, mas considerou que “há muitos investimento que são rentáveis sem apoio”.
“Os apoios deverão servir sobretudo para alavancar uma modernização do sector agrícola e eventualmente estimular o aparecimento de sectores necessários e que são mais frágeis”, afirmou.
Publicado em 'CiênciaHoje'.
A região de Trás-os-Montes é responsável por 85 por cento da produção nacional de castanha e o IPB é uma das entidades académicas que se dedica à investigação no sector e que organiza anualmente o fórum de países produtores, como o que decorreu hoje, em Bragança, integrada na feira Norcastanha.
O presidente do instituto defendeu a criação de um programa transversal a toda fileira da castanha, desde a produção, à investigação e comercialização para potenciar este produto, nomeadamente nos mercados externos.
Sobrinho Teixeira lembrou que “há meia dezena de anos foi feito o mesmo com o vinho, que parecia condenado ao insucesso face à concorrência de economias emergentes na área, como a Austrália, o Chile, a África do Sul”.
“Tivemos um programa RURIS, específico para o aumento da produção do vinha, começamos a nível da área de formação, as instituições de ensino superior começaram a fazer enólogos, controlou-se também todo o sistema de produção e das próprias pragas, e partir daí, aquilo que se julga que é o mais difícil, a comercialização, acabou por ser o mais fácil”, recordou.
Conjugar esforços
O académico defende um programa idêntico para a castanha e acredita que “com uma grande conjugação de esforços é possível dar a mesma pujança nacional e internacional” à castanha.
Para esse objectivo entende que devem ser também alterados os critérios de financiamento da investigação, passando a ser atribuídas verbas ao fim da investigação e não ao mérito das equipas concorrentes.
Para Sobrinho Teixeira, este impulso tem de ser feito “por quem gere os destinos de Portugal nesse nível” e teve a oportunidade de transmitir a ideia ao secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
Daniel Campelo sublinhou, no encerramento do fórum sobre o sector, que “a castanha é um dos grande produtos que o país tem e que tem identificado um mercado potencial de crescimento, quer na plantação de novos soutos, quer no aproveitamento do que já existe com mais valor acrescentado”.
Transformar em Portugal
Para o governante esse objetivo será alcançado se o produto “for transformado em Portugal” e menos nos países importadores que depois transformam e vendem a castanha portuguesa noutros mercados.
O governante considerou que a região de Trás-os-Montes e nomeadamente Bragança “estão no caminho certo com os produtores, a comunidade científica e a indústria a trabalharem em conjunto”.
Garantiu ainda que o Governo assegurará instrumentos financeiros de estímulo, mas considerou que “há muitos investimento que são rentáveis sem apoio”.
“Os apoios deverão servir sobretudo para alavancar uma modernização do sector agrícola e eventualmente estimular o aparecimento de sectores necessários e que são mais frágeis”, afirmou.
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Bragança: presidente do IPB defende estratégia concertada para sector da castanha
ResponderEliminarO sector da castanha precisa de um investimento na promoção, na produção e na qualidade para que a produção nacional se consiga afirmar no exterior mas também no nosso país, como já acontece com o vinho e o azeite. A ideia é defendida pelo presidente do politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira.
“Há pouco mais de uma dezena de anos [o vinho] era um sector que parecia condenado ao insucesso face à concorrência de economias emergentes na área do vinho como a Austrália, o Chile e a África do Sul. Houve uma conjugação de factores para que o vinho conseguisse ter a nível nacional a pujança que tem e afirmar-se a nível internacional: tivemos o programa RURIS, que foi um programa específico para o aumento da produção, começámos a formar enólogos, controlou-se todo o sistema de produção e as próprias pragas e, a partir daí aquilo que se julga que é o mais difícil acabou por ser o mais fácil – a comercialização”.
Sobrinho Teixeira diz que é esse investimento que falta ainda ao sector da castanha e defende um programa transversal a toda a fileira:
“Não deve haver um programa único se não as coisas não funcionam. Se houver apenas um programa de aumento da produção sem outro que adicione o envolvimento das instituições de Ensino Superior num esforço de controlo de doenças e pragas [não vai ser possível dinamizar o sector]. Neste caso, será ainda mais fácil do que no vinho, porque Portugal, e neste caso o Nordeste tem um maior espaço de afirmação”.
O presidente do IPB considera que esta é uma questão política e defende que o primeiro passo, de definição de uma estratégia para o sector da castanha, deve partir do Governo, a quem compete “afectar recursos”, nomeadamente fundos da comunidade europeia, para investir no sector da castanha.
em RBA