06 novembro, 2015

De caloiros a mestres do futebol


Já passaram a fase de caloiros e começam a entrar no mestrado. A Associação de Estudantes Africanos do IPB vai para a quarta temporada a competir na Divisão de Honra da A.F.Bragança.
O projecto continua assente na integração dos estudantes no quotidiano brigantino. “Queremos aproximar a equipa da cidade e a cidade da equipa”, recorda Edvaldo, que sucedeu a Auro dos Santos no cargo de presidente da AEAB. Todas as temporadas o plantel é renovado, pois chegam novos alunos que querem uma oportunidade para mostrar o talento. O facto pode complicar a tarefa do técnico, mas Álvaro Vaz, que se estreia esta temporada no comando técnico de uma equipa sénior, não se mostra preocupado. “É um desafio o facto de a equipa ser sido sofrido uma renovação, mas acontece em todas os clubes. Há jogadores que nunca jogaram, outros que estão num país que não é o deles”, explica.
Álvaro Vaz é muito mais que um simples treinador. Numa equipa que junta cabo-verdianos, são tomenses e jogadores “brancos” é um mediador de culturas e identidades. “Ser treinador hoje em dia é complexo. Temos que saber, e neste caso ainda mais, lidar com personalidades diferentes e culturas diferentes. Há um trabalho de pedagogia na preparação dos treinos para os ajudar a a encaixar naquilo que o treinador pretende”.

Pensar jogo a jogo
O ano de estreia dos Estudantes no campeonato distrital de futebol, na época 2012/2013, ficou para sempre na história e na memória de todos. Os estudantes lutaram pela conquista do título até à última jornada causando sensação, um desempenho que deu visibilidade ao projecto, único no país.
Álvaro Vaz não diz que não a ficar nos lugares cimeiros da tabela, mas o jovem treinador não vê o cenário desta forma. “O nosso projecto é pensar jogo a jogo. Sabemos que há duas equipas que são claramente candidatas”, refere o treinador.
Álvaro Vaz é professor de desporto e estreia-se no comando técnico de uma equipa de seniores. Quando foi convidado para assumir o cargo não pensou duas vezes. “Foi um convite do presidente. Trocamos algumas ideias sobre a minha concepção de treino e ele gostou e, ainda antes de vencer as eleições, ficou logo acordado que seria eu o treinador”.
A equipa conta com o apoio total do Instituto Politécnico de Bragança, que disponibiliza apoio logístico, campo para treinar e jogar.

Publicado em 'Jornal Nordeste'.

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