22 janeiro, 2008

ESTÁ EM CURSO a fusão com Instituto Politécnico de Lisboa

Universidade de Lisboa vai fundir as faculdades

Madalena Queirós
mqueiros@ecanomicasgps.com

A Universidade de Lisboa (UL) está a preparar uma restruturação profunda que implica a fusão das suas faculdades em quatro grandes escolas e a constituição de um consórcio com o Instituto Politécnico de Lisboa (IPL) de forma a partilharem várias estruturas, que vão desde serviços de apoio, a alunos e professores.

O programa estratégico da Universidade de Lisboa, a que o Diário Económico teve acesso, prevê ainda a integração da Escola Superior de Enfermagem nesta estrutura A "recomposição institucional" que será debatida amanhã na Assembleia Estatutária da UL prevê a fusão das oito faculdades existentes em quatro grandes escolas. A Escola de Ciências da Saúde integrará as faculdades de Medicina de Farmácia e Medicina Dentária. Quanto às faculdades de Letras, Psicologia, Belas Artes e Instituto de Ciências Sociais serão fundidos numa única escola: a Escola de Artes, Humanidades e Ciências Sociais. O que implica que os serviços autónomos de cada uma das faculdades irão ser concentrados. Mas como a alteração ainda terá que ser debatida, só depois se saberá o seu impacto na estrutura de pessoal.

Apesar destas reformas, a Universidade não fecha a porta à transformação em Fundação. No programa estratégico pode ler-se que o novo regime "pode ser apropriado como regime jurídico, mas esta opção só deve ser encarada depois de uma clarificação por parte do Governo e de estudos técnicos aprofundados".

Amanhã, a assembleia estatutária, que inclui personalidades como Paulo Teixeira Pinto, João
Picoito, Murteira Nabo e Charles Buchanam, decide o rumo que a universidade deve seguir nos próximos dez anos. As metas estão definidas e são muito ambiciosas: ser a melhor universidade portuguesa, estar entre as dez melhores da Península Ibérica e entre as cem melhores do mundo.

Mudança gera contestação

Os professores da Faculdade Letras da Universidade de Lisboa, reunidos sextafeira em plenário, "rejeitaram liminarmente" a extinção da Faculdade enquanto unidade orgânica, mas não se manifestaram contra a reorganização cientifica da instituição em quatro áreas. "Qualquer universidade digna desse nome tem como unidade central do seu universo uma Faculdade de Letras. A mutilação de saberes imposta pela sua atomização ou extinção implicaria, 'ipso facto' o fim da Universidade", afirmam os docentes, em moção aprovada sexta-feira à noite. O documento, aprovado em plenário do Conselho Cientifico da Faculdade de Letras será, agora, entregue ao reitor.•

Está prevista a criação de quatro grandes escolas.

Entre elas está Escola de Ciências de Saúde e a Escola de Artes Humanidades e Ciências Sociais.

Publicado no jornal 'Diário Económico, p. 46' de hoje.

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