O Instituto Politécnico de Bragança poderia vir a ocupar a vaga deixada em aberto pelo encerramento do pólo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Miranda do Douro. O desejo foi manifestado hoje por Amadeu Ferreira, um dos defensores da língua mirandesa, à margem da sessão de tomada de posse dos membros externos do Conselho Geral do IPB.
Amadeu Ferreira foi um dos sete elementos externos cooptados para o Conselho e mostrou-se desagradado com o encerramento do pólo mirandês da UTAD.
“Tenho muita pena. Creio que poderia ser importante para a própria UTAD se tivesse tido uma ligação mais forte à cultura e à língua mirandesa. Tenho esperança que um dia aquele pólo possa voltar a abrir, com a UTAD ou o IPB. Não vejo porque razão não possa ser o IPB”, disse. Amadeu Ferreira deixou ainda o desejo de haver “tão cedo quanto possível a cadeira de mirandês nas principais universidades do país”.
Amadeu Ferreira aproveitou ainda para criticar as recentes declarações do ministro da Cultura sobre os falantes da língua mirandesa:
“Terá sido infeliz nas afirmações que fez. Desde logo, confundiu os romanos com os gauleses, porque os loucos eram os romanos. A luta dos gauleses era uma luta digna pela sua identidade, por si próprios. E essa é também a luta dos mirandeses. Eu orgulho-me das minhas duas línguas, que são uma mais valia. A luta pela diversidade cultural e linguística insere-se na luta pela sobrevivência das pessoas enquanto seres dignos. É o que nós, mirandeses, temos procurado fazer. E felizmente que o temos conseguido sem o apoio do ministério da Cultura. Esperamos fazê-lo daqui para a frente com o seu apoio.”
O Conselho Geral do IPB é formado por 25 elementos, desde representantes dos alunos, professores e funcionários, para além dos sete elementos externos que esta manhã tomaram posse, entre eles também o antigo ministro da saúde Paulo Mendo.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, explica os poderes deste órgão:
“Elege o presidente, demite-o se assim o entender. Poderá também demitir os directores das unidades orgânicas eleitos democraticamente, se achar que possa haver um perigo para o prosseguimento da evolução da instituição. E tem ainda uma série de prerrogativas como aprovar o plano estratégico para o quadriénio do seu mandato, aprovar todos os relatórios anuais, o orçamento, fixar as propinas dos alunos e aprovar a criação, extinção ou transformação de escolas.”
Entretanto o ex-presidente do IPB, Dionísio Gonçalves, foi eleito presidente do Conselho Geral com 85 por cento dos votos e espera agora a chegada de propostas para começar a dar início ao mandato.
“Vai depender das propostas que o Politécnico fizer. É um órgão que tem as funções de aprovar as propostas que vierem do presidente da instituição.”
Dionísio Gonçalves revelou ainda que no próximo ano entrará em vigo já o novo curso de Arquitectura Paisagísta.
Publicado em 'Rádio Brigantia'.
Amadeu Ferreira foi um dos sete elementos externos cooptados para o Conselho e mostrou-se desagradado com o encerramento do pólo mirandês da UTAD.
“Tenho muita pena. Creio que poderia ser importante para a própria UTAD se tivesse tido uma ligação mais forte à cultura e à língua mirandesa. Tenho esperança que um dia aquele pólo possa voltar a abrir, com a UTAD ou o IPB. Não vejo porque razão não possa ser o IPB”, disse. Amadeu Ferreira deixou ainda o desejo de haver “tão cedo quanto possível a cadeira de mirandês nas principais universidades do país”.
Amadeu Ferreira aproveitou ainda para criticar as recentes declarações do ministro da Cultura sobre os falantes da língua mirandesa:
“Terá sido infeliz nas afirmações que fez. Desde logo, confundiu os romanos com os gauleses, porque os loucos eram os romanos. A luta dos gauleses era uma luta digna pela sua identidade, por si próprios. E essa é também a luta dos mirandeses. Eu orgulho-me das minhas duas línguas, que são uma mais valia. A luta pela diversidade cultural e linguística insere-se na luta pela sobrevivência das pessoas enquanto seres dignos. É o que nós, mirandeses, temos procurado fazer. E felizmente que o temos conseguido sem o apoio do ministério da Cultura. Esperamos fazê-lo daqui para a frente com o seu apoio.”
O Conselho Geral do IPB é formado por 25 elementos, desde representantes dos alunos, professores e funcionários, para além dos sete elementos externos que esta manhã tomaram posse, entre eles também o antigo ministro da saúde Paulo Mendo.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, explica os poderes deste órgão:
“Elege o presidente, demite-o se assim o entender. Poderá também demitir os directores das unidades orgânicas eleitos democraticamente, se achar que possa haver um perigo para o prosseguimento da evolução da instituição. E tem ainda uma série de prerrogativas como aprovar o plano estratégico para o quadriénio do seu mandato, aprovar todos os relatórios anuais, o orçamento, fixar as propinas dos alunos e aprovar a criação, extinção ou transformação de escolas.”
Entretanto o ex-presidente do IPB, Dionísio Gonçalves, foi eleito presidente do Conselho Geral com 85 por cento dos votos e espera agora a chegada de propostas para começar a dar início ao mandato.
“Vai depender das propostas que o Politécnico fizer. É um órgão que tem as funções de aprovar as propostas que vierem do presidente da instituição.”
Dionísio Gonçalves revelou ainda que no próximo ano entrará em vigo já o novo curso de Arquitectura Paisagísta.
Publicado em 'Rádio Brigantia'.
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