Ciência: Ponte entre centros de investigação e empresas é ainda muito tímida - presidente da Bial
Porto, 21 jun (Lusa) -- Apesar de a investigação científica ter crescido "muito" na última década em Portugal, a "ponte dos centros de investigação para as empresas é ainda muito tímida", afirmou o presidente da farmacêutica portuguesa Bial, Luís Portela.
Segundo Portela, Portugal tem hoje muito mais investigadores e doutorados, estando próximo dos números médios da Europa, contudo, as empresas ainda não investem na contratação destes profissionais.
"Para o futuro é preciso dar continuidade ao bom trabalho que se tem feito, mas ao mesmo tempo é preciso reforçar o conhecimento adquirido para as empresas, incentivando a contratação de investigadores e doutorados", defendeu o presidente do Conselho de Administração da empresa.
Em declarações à Lusa, a propósito da 17.ª Conferência Anual da "European Association of Research Managers and Administrators" (EARMA), que decorrerá em Bragança esta semana, Portela disse que o que "falta é conseguir que o conhecimento adquirido possa passar mais para as empresas", lembrando que "há apoios muito razoáveis" para isso, quer ao nível do QREN quer de âmbito nacional.
"O país fez um enorme esforço a doutorar nos melhores sítios os melhores jovens e alguns desses jovens têm agora dificuldade em encontrar trabalho em Portugal, porque as empresas não têm ainda aberto tantos lugares como deviam", disse.
Para Portela, "a ponte dos centros de investigação para as empresas é ainda muito tímida" e exemplo disso é o número de patentes registadas em Portugal, que "ainda é muito baixo comparado com o que se faz na Europa".
O responsável considera que é esta falta de investimento por parte dos empresários que faz com que não haja novos produtos e marcas nacionais a "imporem-se a nível global".
No caso da Bial, a única empresa portuguesa que tem um medicamento produzido de raiz em Portugal no mercado mundial, o investimento na área da investigação e desenvolvimento é muito grande.
"O percurso que estamos a fazer só foi possível porque ao longo dos últimos 18 anos contratámos mais de 100 institutos de investigação e desenvolvimento para desenvolverem pequenas partes dos nossos projetos de investigação", salientou Portela, acrescentando que a empresa "não fez uma ponte, fez uma rede com essas instituições".
Ciência: Ponte entre centros de investigação e empresas é ainda muito tímida - presidente da Bial
ResponderEliminarPorto, 21 jun (Lusa) -- Apesar de a investigação científica ter crescido "muito" na última década em Portugal, a "ponte dos centros de investigação para as empresas é ainda muito tímida", afirmou o presidente da farmacêutica portuguesa Bial, Luís Portela.
Segundo Portela, Portugal tem hoje muito mais investigadores e doutorados, estando próximo dos números médios da Europa, contudo, as empresas ainda não investem na contratação destes profissionais.
"Para o futuro é preciso dar continuidade ao bom trabalho que se tem feito, mas ao mesmo tempo é preciso reforçar o conhecimento adquirido para as empresas, incentivando a contratação de investigadores e doutorados", defendeu o presidente do Conselho de Administração da empresa.
Em declarações à Lusa, a propósito da 17.ª Conferência Anual da "European Association of Research Managers and Administrators" (EARMA), que decorrerá em Bragança esta semana, Portela disse que o que "falta é conseguir que o conhecimento adquirido possa passar mais para as empresas", lembrando que "há apoios muito razoáveis" para isso, quer ao nível do QREN quer de âmbito nacional.
"O país fez um enorme esforço a doutorar nos melhores sítios os melhores jovens e alguns desses jovens têm agora dificuldade em encontrar trabalho em Portugal, porque as empresas não têm ainda aberto tantos lugares como deviam", disse.
Para Portela, "a ponte dos centros de investigação para as empresas é ainda muito tímida" e exemplo disso é o número de patentes registadas em Portugal, que "ainda é muito baixo comparado com o que se faz na Europa".
O responsável considera que é esta falta de investimento por parte dos empresários que faz com que não haja novos produtos e marcas nacionais a "imporem-se a nível global".
No caso da Bial, a única empresa portuguesa que tem um medicamento produzido de raiz em Portugal no mercado mundial, o investimento na área da investigação e desenvolvimento é muito grande.
"O percurso que estamos a fazer só foi possível porque ao longo dos últimos 18 anos contratámos mais de 100 institutos de investigação e desenvolvimento para desenvolverem pequenas partes dos nossos projetos de investigação", salientou Portela, acrescentando que a empresa "não fez uma ponte, fez uma rede com essas instituições".
JAP.
Lusa/Fim